Está previsto para hoje o início das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Habitação, no bairro Getúlio Vargas. Contemplado com R$ 22 milhões - sendo que destes, R$ 4 milhões trata-se da contrapartida do Porto do Rio Grande -, o Município iniciará a terraplanagem no terreno onde será construído o primeiro módulo habitacional vertical, com apartamentos de dois quartos aos moradores daquele bairro, atingidos pela expansão portuária.
No entanto, a comunidade do Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Dom Pedro II, a Cuca, está apreensiva pois a sede da entidade carnavalesca permanece no local.
Ontem à tarde, uma comissão de moradores do bairro Getúlio Vargas reuniu-se com o secretário municipal de Coordenação e Planejamento, Paulo Cuchiara, para debater o assunto. Segundo o presidente da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Getúlio Vargas, José Assis da Luz, o Executivo Municipal comprometeu-se em não retirar a escola até que uma nova área seja escolhida, dentro de 30 a 40 dias. "O problema é que eles (Prefeitura) passaram tal incumbência para nós, que não temos condições de largar nossos empregos para sair procurando terreno", justifica.
A Cuca ficou três anos afastada do desfile oficial da cidade. No entanto, sempre realizou um trabalho junto à entidade comunitária, através de ações sociais. "Nossa intenção é retornar ao sambódromo no Carnaval 2009. Para isso, a entidade, há um ano, vem realizando um trabalho sério junto aos moradores do bairro", declara o líder comunitário. A entidade carnavalesca já possui, inclusive, tema-enredo e desenho para as fantasias à próxima Folia de Momo.
A Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG) diz que pode ajudar a comunidade a carnavalesca, mas não tem condições de repassar um imóvel à entidade.
(Por Mônica Caldeira, Jornal Agora, 29/02/2008)