O Teatro Municipal estava cheio ontem à tarde na primeira audiência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) visando à liberação do Estudo e do Relatório de Impacto Ambiental do aprofundamento do calado do canal. Autoridades do município, deputados e ambientalistas estiveram presentes.
Pelo Ibama, presidiu a audiência o coordenador geral de Transporte, Mineração e Obras Civis, Vítor Carlos Kaniak. No teatro, ainda representantes da prefeitura, o deputado estadual Sandro Boka (PMDB), vereadores e segmentos do setor portuário. Pela Superintendência do Porto (SUPRG), compareceram engenheiros.
O tema é importante porque se trata de uma obra que vai possibilitar ao porto de Rio Grande a ampliação do volume de cargas movimentadas. As quase 27 milhões embarcadas ou desembarcadas no ano passado são comemoradas, mas há o sentimento de que o porto pode ampliar esse número.
A intenção é torná-lo um hub port (concentrador de cargas), atraindo mercadorias para exportação principalmente de países do Prata. Os especialistas dizem que se o complexo gaúcho conseguir proporcionar a atracação de navios gigantes, pode se candidatar a superar bastante os números até agora registrados devido a sua posição geográfica.
A segunda audiência ocorre hoje em São José do Norte. Será às 18h no Círculo Operário. As questões abordadas deverão ser as mesmas de Rio Grande.
Tribunal
Rio Grande certamente estará entre os portos do País visitados por técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) nos próximos meses durante uma auditoria. A proposta, apresentada pelo ministro Marcos Vilaça e aprovada pelos demais ministros do Tribunal, consiste em uma avaliação da parte operacional dos portos brasileiros, para identificar por que a infra-estrutura deles ainda deixa a desejar.
Para Vilaça, a situação do sistema portuário nacional está merecendo uma profunda e urgente reflexão.
Na mensagem encaminhada ao plenário do TCU, o ministro argumenta que os portos carecem de investimentos e que isso reflete em problemas como a falta de acesso terrestres adequados e calados insuficientes, que atrapalham a movimentação de navios de maior porte e dificuldades na movimentação das cargas.
Após a aprovação do pedido de Vilaça, a área técnica do Tribunal vai elaborar um plano de trabalho para iniciar a auditoria. A intenção do TCU é ter resultados desse estudo ainda no primeiro semestre deste ano.
(Por Luiz Eduardo Baquini, Diário Popular, 28/02/2008)