A situação das lixeiras no Calçadão parece não mudar. Basta uma breve caminhada para perceber que a maioria está danificada. Mais: lixos orgânico e inorgânico são colocados no mesmo lugar. Um projeto de lei que está em tramitação na Câmara de Vereadores e prevê a venda de espaços publicitários nas lixeiras pode pôr fim ao problema.
Conforme a proposta, as empresas poderão comprar a lixeira e colocar um anúncio no local. O secretário de Qualidade Ambiental, Leonardo Cardoso, afirma que o projeto de lei deve ser votado na próxima semana. “Há grandes chances de que ele seja aprovado.”
Não é necessário caminhar muito tempo pelo Calçadão para perceber os problemas. Bicicletas presas às lixeiras, lixeiras sem fundo, sem plástico e sem identificação de lixo podem ser encontradas por toda a parte. “O pessoal mistura tudo, aí fica difícil para nós”, disse a catadora de lixo Gualdenira Correia Telles.
Além disso, há o problema entre as ruas Lobo da Costa e Marechal Floriano Peixoto, onde as lixeiras estão escondidas atrás de árvores e entre as bancas de camelôs. Para se ter uma idéia da situação, uma lixeira localizada no final do Calçadão, que estava sem fundo e sem plástico há três meses, quando o Diário Popular fez a primeira reportagem sobre o assunto, encontra-se praticamente no mesmo estado, apenas com alguns arames improvisando um fundo falso.
Projetos
O secretário de Qualidade Ambiental, Leonardo Cardoso, garantiu estar a par da situação e adiantou que o projeto que pode vir a solucionar o problema será votado na semana que vem. “Esse projeto deve ser aprovado com facilidade e, a partir daí, iremos dar início a uma reestruturação das lixeiras do Calçadão”, disse. Segundo Cardoso, com a aprovação serão colocadas lixeiras novas no lugar das velhas, que serão recuperadas e instaladas em outros locais.
Cardoso destacou, ainda, outro projeto que já foi aprovado em uma primeira etapa e visa à construção de uma usina. “Com essa usina, os caminhões descarregarão o lixo e as pessoas que trabalharem no local podem fazer uma separação dos resíduos que serão reutilizados”, explicou. O secretário disse que o objetivo é reduzir em 60% a quantidade de resíduos no Aterro Sanitário.
Comissão
Outras iniciativas desempenhadas pela prefeitura, segundo Cardoso, vão ser o cadastramento e a regularização de catadores de lixo e charreteiros, para criar uma comissão e discutir sobre coletas seletivas. “No mês de março formaremos uma comissão para discutir a questão da coleta seletiva e mostrar que outras cidades obtiveram êxito no assunto”, disse.
De acordo com o secretário, uma vez que os catadores de lixo e charreteiros conhecerem a situação será mais fácil conscientizar o resto da população. “É tudo uma questão de educação ambiental”, disse.
Lixeiras de cor laranja são destinadas ao lixo orgânico, como restos de comida, por exemplo. Lixeiras de cor verde são para materiais recicláveis, como metais, plásticos, vidros e papéis, por exemplo.
A mesma situação
Há quase três meses, no dia 5 de dezembro de 2007, o Diário Popular mostrou em reportagem a situação das lixeiras do Calçadão. De lá para cá, quase nada mudou.
(Por Antônio Neto, Diário Popular, 28/02/2008)