Autoridades municipais e comerciantes da área do Petar, no Vale do Ribeira, criticaram a decisão do Ibama de proibir a visitação em cavernas da região. O prefeito de Iporanga, Ariovaldo Pereira (DEM), classificou a medida de "autoritária" e apontou possíveis prejuízos ao setor de turismo.
"O fechamento autoritário do Petar atingiria em cheio esses profissionais [do turismo] e significaria o encerramento das atividades turísticas, resultando em um lamentável desemprego generalizado", disse em ofício encaminhado à Fundação Florestal de São Paulo.
O turismo é a principal atividade econômica de Iporanga. Há, segundo a prefeitura, 32 pousadas na cidade, com cerca de 2.500 leitos. Marizete Rocha, dona de pousada no município, disse esperar que as cavernas sejam reabertas à visitação, caso contrário, muitas pessoas terão prejuízo. Ela afirmou ainda que, por ora, não pensa em fechar o empreendimento, de nove apartamentos e capacidade para 20 pessoas.
O diretor do Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura de Eldorado, Rodrigo Aguiar, disse que o fechamento das cavernas poderá trazer problemas ambientais ao município, com a volta de pessoas para a extração ilegal de palmito.
"O turismo é a segunda atividade econômica mais importante de Eldorado, só perde para a agropecuária. Muitos monitores que trabalham com turismo atualmente deixaram a extração ilegal de palmito. Fechando as cavernas, acabam as alternativas de trabalho. O impacto social é grande", disse.
Segundo Aguiar, cerca de 250 moradores de Eldorado trabalham diretamente com atividades de turismo pelas cavernas. Há duas pousadas e dois hotéis na cidade. Para o diretor, os empreendimentos podem fechar caso as cavernas não sejam reabertas. "Todo mundo que vem visitar o Vale do Ribeira por turismo vem por causa das cavernas", afirmou.
(JOSÉ EDUARDO RONDON, da
Agência Folha, 28/02/2008)