Dos cerca de 15 mil metros cúbicos de madeira apreendidos nas Operações Guardiões da Amazônia e Arco de Fogo, 2.100 metros cúbicos – aproximadamente um sétimo do total – foram retirados até o momento. A informação é do gerente de monitoramento ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) do Pará, Marcelo Faria.
Vinte e quatro técnicos da Sema e 14 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) participam dos trabalhos de autuação e organização da retirada do material.
“Já está tudo sendo solucionado. A polícia ambiental está providenciado mais agentes e a secretaria também. Temos quatro empilhadeiras trabalhando e duas empresas de transporte contratadas”, informou Faria.
Segundo ele, cerca de 400 metros cúbicos por dia estão sendo retirados por terra e balsa em direção a um depósito na região metropolitana de Belém. Ao todo, 35 caminhões estão a postos para transportar as toras. A carga puxada por cada um varia entre 25 e 60 metros cúbicos.
“O desafio agora é otimizar o trabalho, fazendo a retirada simultânea em duas serrarias. Uma parte vai por balsa e outra pelos caminhões até Belém”, ressaltou Faria. O volume transportado exige uma checagem minuciosa para que não exceda a quantidade declarada no termo de apreensão lavrado pelo Ibama. As espécies mais transportadas são faveiro e cajuaçu, usadas para lâminas. A estimativa do Ibama é de que ao final do trabalho de fiscalização sejam encontrados até 40 mil metros cúbicos de madeira extraída de forma irregular.
Logo na chegada à cidade de Tailândia, percebe-se o quanto as madeireiras e serrarias representam na economia local. Dezenas delas se sucedem nas duas margens no trecho urbano da Rodovia PA-150. Um sobrevôo em helicóptero do Ibama deu à equipe da Agência Brasil uma dimensão da quantidade de madeira existente nos pátios das empresas. O último Censo Agropecuário do IBGE registra uma produção anual de 1,4 milhão de metros cúbicos de madeira em toras no município.
“A fiscalização nos reporta a uma situação de agravamento da pressão sobre os recursos naturais, que merece resposta do governo”, afirmou o capitão Fernando Bilóia, comandante do efetivo da polícia ambiental na Operação Arco de Fogo.
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Agência Brasil, 27/02/2008)