A bancada do PT votou contra o relatório apresentado pela comissão especial criada na Assembléia Legislativa gaúcha para acompanhar projetos de reflorestamento ou florestamento comercial no Rio Grande do Sul. O principal argumento dos petistas é que o relatório propõe a flexibilização da legislação vigente e desconsidera o projeto de zoneamento ambiental elaborado pela Fundação Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (Fepam) com a colaboração de universidades e entidades da sociedade civil. "A flexibilização das regras pode ter como conseqüência a destruição do Bioma Pampa, um ecossistema rico em fauna e flora, onde se concentram os investimentos sílvicolas no Rio Grande do Sul", alertou o deputado Elvino Bohn Gass (PT).
A posição do PT, conforme o parlamentar, é de que os investimentos são bem vindos desde que cumpram a lei. "O plantio de eucaliptos numa área que pode chegar a um milhão de hectares concentrado na Metade Sul deve, obrigatoriamente, observar os limites estabelecidos pelo zoneamento, o que não está previsto no relatório", ressaltou.
Para o deputado Dionilso Marcon (PT), a comissão abordou só um lado da questão. "Só escutaram os empresários. Esqueceram de ouvir os pequenos agricultores, os ambientalistas e a sociedade", criticou. A parcialidade da comissão, na avaliação do petista, resultou num relatório que só aponta um caminho para o desenvolvimento do Estado, que é a combinação do latifúndio com a monocultura.
Em justificativa de voto por escrito, a bancada do PT defendeu a adoção, concomitante com os empreendimento silvícolas, de política públicas de preservação ambiental, como a criação de novas unidades de conservação, a demarcação de áreas já declaradas para este fim, a fiscalização de áreas de preservação permanente e a constituição de corredores ecológicos. Recomendou, também, que o governo deve incentivar o desenvolvimento regional a partir do apoio à matriz produtiva já existente, sem a substituição total de culturas.
(Por Olga Arnt, Agência de Notícias AL-RS, 26/02/2008)