Na segunda-feira, a cor foi observada em uma tonalidade mais forte por quem caminhava pelo calçadão de Ipanema
Causado pela multiplicação de algas, o fenômeno vem sendo monitorado pela prefeitura para mantê-lo longe das torneiras. O reflexo nas residências ocorreu em anos anteriores, quando não foi possível evitar que a proliferação, associada ao baixo nível do Guaíba, afetasse a água potável.
Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), as cianobactérias são microorganismos presentes no manancial do Guaíba no inverno e no verão. Mas, na estação do calor, a floração é favorecida pelas condições climáticas, com mais horas de sol, pela elevada transparência, pela baixa turbulência das águas, por conta da diminuição das chuvas e dos ventos, e pela poluição.
A baixa precipitação se repete no Estado, o que obrigou 15 municípios a decretarem estado de emergência (veja quadro). Na Capital, o nível do Guaíba foi o mais baixo já registrado desde 2004 em um mês de janeiro. Neste mês, está repetindo a média histórica.
O tratamento da água começou a ser planejado para esta época do ano, o que faz o Dmae acreditar que a onda de reclamações de anos anteriores não vai se repetir. O aperfeiçoamento das técnicas de filtragem reduziu em 70% o número de protestos. Neste ano, as queixas em janeiro e fevereiro foram menores. Ontem, o Dmae recebeu quatro sobre gosto e nenhuma sobre cheiro. No mesmo dia de 2004, ano considerado marco no combate ao problema, foram 32 queixas sobre o gosto e três com relação ao cheiro.
(Zero Hora, 27/02/2008)