Luiz Rosa: abaixo-assinado por causa do mau cheiro e proliferação de insetos
Se depender da disposição demonstrada pela Secretaria Municipal de Obras e Saneamento ontem, os moradores próximos de uma sanga no Bairro Santa Fé, em Rio Pardo, finalmente vão terminar a semana mais tranqüilos, sem o incômodo mau cheiro, mosquitos e outros insetos e animais devido ao esgoto. Dois meses depois do início dos trabalhos de canalização de uma sanga, o material até o início desta semana permanecia sem o aterro, as duas bocas de lobo seguiam abertas e havia uma poça de esgoto a céu aberto ao lado.
Os moradores demonstraram a preocupação esta semana em contato com a Gazeta do Sul. Além dos transtornos com o mau cheiro e proliferação dos insetos, havia risco para as crianças que brincam nas proximidades. Uma cobra chegou a ser morta na vala onde houve a colocação dos canos e o matagal começou a crescer. Durante contato com a Secretaria de Obras de Rio Pardo, o responsável pela área de saneamento, Everton de Brum Marques (Mano), garantiu à reportagem que ainda ontem se reiniciaria o aterramento dos canos, a colocação das tampas nas bocas de lobo e a equipe averiguaria a procedência da poça de esgoto. Durante a tarde houve o descarregamento de terra para a finalização.
A sanga de esgoto chegou a ser alvo de dois abaixo-assinados no bairro. O primeiro, em 2005, foi entregue à Prefeitura e solicitou a canalização. O encaminhamento do segundo ocorreu em 23 de novembro do ano passado ao Ministério Público, resultando na instauração de inquérito civil para apurar a existência de esgoto a céu aberto na Rua Frederico Henemann, esquina com a Rua 52. Diante da contradição entre as informações dos moradores sobre o problema e a posição da Prefeitura, o Ministério Público solicitou à Polícia Ambiental (Patram) uma vistoria no local.
Após a diligência, o ofício da Patram de 4 de janeiro deste ano à Promotoria relata que o trecho do curso d’água não canalizado de 33 metros estava localizado em propriedade da senhora Carolina da Rosa e se situava a dois metros da residência. O documento ainda descreve que ao longo da Rua Frederico Henemann e suas circunvizinhanças, através das bocas de lobo, observou-se o lançamento de esgoto cloacal pelo sistema de drenagem pluvial no leito do curso, com a estagnação de dejetos e o acúmulo de resíduos sólidos, a proliferação de insetos e anfíbios.
O pedreiro Luiz Antônio Tavares Rosa, que mora na casa mais próxima da sanga com a esposa e dois filhos, de 15 e 9 anos, e encaminhou o segundo abaixo-assinado ao Ministério Público, explica que a Prefeitura iniciou os serviços no começo do ano, mas não os concluiu. Observa que, apesar das duas manifestações dos moradores, um vereador pregou no bairro que a execução da obra ocorreu a seu pedido. Mas lembra que as providências apenas foram tomadas após a intervenção da Promotoria, pois a alegação na Prefeitura era que a sanga não existia. Rosa ressalta que, além de colocação do aterro, existe necessidade de levantar as caixas da boca de lobo. Também observa que quatro casas próximas não possuem ligação com a rede de esgoto.
(Por Francine Schwengber, Gazeta do Sul, 27/02/2008)