A confirmação de um caso de dengue e outro suspeito no bairro Floresta, na Zona Norte de Porto Alegre, motivou a Secretaria Municipal de Saúde a realizar ontem uma ação de bloqueio dos mosquitos adultos. O trabalho, que consiste na eliminação manual dos criadouros de Aedes aegypti e na aplicação de inseticida, começou na semana passada e prossegue até que se atinja um raio de 300 metros em torno dos locais onde vive e trabalha o doente. Mais de 30 pessoas, entre agentes, supervisores e aplicadores do veneno, estão trabalhando no local.

O emprego do veneno é necessário sempre que houver casos confirmados e a presença de larvas do mosquito. Neste ano, 40 suspeitas de dengue foram notificadas na Capital. Dessas, cinco ocorrências já foram confirmadas, todas importadas (duas do Rio de Janeiro, uma de Goiás, uma do Rio Grande do Norte e a mais recente, de Rondônia). Após o término da ação no bairro Floresta, os técnicos farão a aplicação do veneno no bairro Guarujá, na Zona Sul da Capital, onde foi confirmado um novo caso na sexta-feira passada.

O último levantamento do índice de infestação, realizado entre os dias 15 e 22 de janeiro, em 43 bairros da Capital apontou a presença de larvas do mosquito. Os bairros São José, Bom Jesus, Menino Deus e Passo D'Areia apresentaram os maiores níveis de infestação.

O médico veterinário do Programa Municipal de Prevenção da Dengue, Luiz Felipe Kunz, disse que o Aedes aegypti é um mosquito urbano. "Por este motivo, os bairros mais afastados apresentaram índices inferiores de infestação", comentou.
Segundo Kunz, além da eliminação de possíveis focos de larvas do mosquito como recipientes com água parada, garrafas vazias e pneus, é importante que os moradores de áreas com casos confirmados da doença utilizem repelentes elétricos e corporais.

(JC-RS, 27/02/2008)