Medidas de educação e prevenção para combater a farra do boi foram as principais metas traçadas na reunião entre Ministério Público (MP), Polícia Militar (PM), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Associações de Proteção ao Animais e Organizações não Governamentais (OnGs), realizada na tarde desta terça-feira (26/02) em Florianópolis.
O promotor Luiz Eduardo Souto, da curadoria do Meio Ambiente do MP, informou que a verba para o material educativo já foi liberado. Ele pediu ajuda da PM para a divulgação dos 10 mil cartazes, 50 mil panfletos e 20 outdoors. Haverá, ainda, 200 inserções de vinhetas com mensagens educativas nas rádios.
O subcomandante Luiz da Silva Maciel se comprometeu em ajudar a distribuir o material em todos os municípios do Estado, não apenas naqueles onde a farra é mais comum, como Governador Celso Ramos, Florianópolis, Bombinhas, Porto Belo e Tijucas.
Maciel acredita que a fase educativa é uma das mais difíceis, pois na cabeça de muitos farristas isso é uma tradição que deve ser mantida. Ele acrescentou que, todos os anos, a PM procura melhorar as ações preventivas, tentando identificar os fornecedores para impedir que os animais cheguem ao local da farra.
— Fazendo isso temos um avanço, mas sabemos que os farristas utilizam todos os meios possíveis e impossíveis para carregar o animal. São caminhos alternativos, fundos falsos nos veículos e até pelo mar — afirmou.
Sigilo
O coronel Celso Dorian de Oliveira ressaltou que o trabalho é cauteloso e sigiloso, porque os farristas antecipam a prática sempre que a polícia adianta as ações.
— Antes as farras aconteciam com mais freqüência apenas na Semana Santa, hoje já é na Quaresma inteira. Mas, acredito que apesar de cautelosos, estamos sendo eficientes. O número de farras pode até ter aumentado, mas o mau trato com os animais diminuiu — disse.
O presidente do Instituto Azul e Verde, Alejandro Caprario, pediu uma resposta do MP sobre o manifesto enviado à instituição, solicitando, entre outras coisas, que haja detenção e punição dos envolvidos na farra do boi.
O documento solicitava campanhas na mídia para desestimular as pessoas a participar da farra. O MP anunciou a divulgação das vinhetas, mas Caprario acredita que elas não sejam suficientes. O órgão garantiu que está trabalhando para que as rádios não cobrem pela transmissão.
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DIÁRIO CATARINENSE, 26/02/2008)