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agricultura familiar biocombustíveis
2008-02-26
Em entrevista à Carta Maior, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, destaca a força de um setor responsável por 10% do PIB nacional e pela maioria dos alimentos consumidos pela população.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, não esconde sua satisfação com o sucesso da IV Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária, que acontecerá até domingo (7) em Brasília e reúne centenas de pequenos agricultores e representantes de comunidades extrativistas. Preocupado em fortalecer um intercâmbio econômico que permita levar os produtos oriundos dos assentamentos da reforma agrária à mesa dos consumidores nas grandes cidades, o ministro espera que a feira propicie a realização de negócios na ordem dos R$ 20 milhões.

Cassel ressalta o caráter de sustentabilidade ambiental do evento e afirma a importância de se desenvolver paralelamente as políticas ambiental e agrária do governo. Sobre os biocombustíveis, discussão do momento entre os pequenos produtores e assentados, o ministro faz questão de apontar a diferença entre os programas de biodiesel e etanol: “O biodiesel não confronta a produção de alimentos com a produção de combustíveis”, diz. Leia abaixo a íntegra da entrevista exclusiva que o ministro Guilherme Cassel concedeu à Carta Maior.

Carta Maior – Quais são as expectativas do senhor e do MDA em relação a esta quarta edição da Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária?
Guilherme Cassel – Nossa expectativa primeira é mostrar a diversidade e a riqueza da agricultura familiar dos assentamentos da reforma agrária. Mostrar para o país como vale a pena investir em reforma agrária e em agricultura familiar. Esses são segmentos econômicos que respondem de forma muito rápida, muito eficiente e com muita qualidade a qualquer estímulo de política pública. Essa feira é uma mostra disso. A qualidade dos produtos que estão expostos aqui mostra isso. Nós temos aqui 10 mil produtos de 27 estados, todas as regiões representadas, e nossa expectativa é fazer aqui negócios de mais de R$ 20 milhões.

CM – O aspecto econômico está sendo bastante valorizado nesta edição, que terá inclusive uma Sala de Negócios entre agricultores familiares e empresários do ramo de alimentação. No entanto, vemos na feira a exposição de produtos que, em sua maioria, não chegam aos consumidores dos grandes centros urbanos. Como o governo pretende sanar essa dificuldade?
GC – Acho que a sociedade brasileira, de alguma forma, ainda tem dificuldade de enxergar o meio rural. Quando a gente diz que a agricultura familiar dos assentamentos da reforma agrária é responsável por 10% do Produto Interno Bruto do país, as pessoas ficam surpresas, maravilhadas. É que esse é um setor econômico muito relevante, setor que gera emprego, que produz 65% de todos os alimentos que a gente consome no campo e na cidade todos os dias. Então, tem muita vitalidade econômica. Aqui na feira a gente vai fazer rodadas de negócios entre empresários e produtores e, somente com essas rodadas, a gente pretende fechar negócios de mais de R$ 15 milhões.

CM – Esta quarta edição da feira, mais do que as anteriores, demonstra grande preocupação com a sustentabilidade e a questão ambiental. Qual a avaliação do senhor sobre esse processo de integração entre as políticas ambiental e agrária do governo?
GC – A questão da sustentabilidade ambiental é o conceito central da feira este ano. Todos os produtos e produtores foram transportados até Brasília em veículos com biodiesel. Todo o material desta feira - os stands, o piso, tudo - é material reciclável. O lixo está sendo coletado separadamente, lixo orgânico e lixo seco, e vai ser todo reciclado por uma cooperativa de trabalhadores aqui de Brasília. Além disso, nós estamos fazendo o cálculo de toda a emissão de carbono que a feira pode ter gerado, e vamos compensar essa emissão de carbono plantando árvores aqui no Cerrado com o auxílio de uma outra cooperativa daqui também. Ou seja, a IV Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária é absolutamente equilibrada do ponto de vista ecológico, sustentável, para se somar a essa preocupação contemporânea de toda a humanidade que deseja um desenvolvimento ambiental sustentável.

CM – Como está o envolvimento dos pequenos agricultores com o desenvolvimento dos biocombustíveis? E em relação ao etanol, como o governo pretende conciliar o processo de reforma agrária com a inevitável expansão das plantações de cana-de-açúcar em todo o país?
GC – Quando a gente fala em biocombustíveis no Brasil, tem que separar etanol de biodiesel. Dois terços das necessidades de combustíveis do país são de óleo diesel, que é o combustível mais importante de nossa matriz. O biodiesel, na sua concepção, incorpora a agricultura familiar e não confronta a produção de alimentos com a produção de combustíveis. Ou seja, ele é um programa montado para viabilizar a inclusão social e para não prejudicar a produção de alimentos. É um programa novo, um programa ousado, um programa original. O programa do etanol, diferentemente, é um programa que tem 30 anos e que, se deixado sem controle, de fato pode gerar um novo padrão de concentração fundiária e de monocultura. Portanto, ele precisa ser olhado novamente. Precisa ter certificação ambiental, certificação trabalhista, controle na expansão de terras, controle de monocultura. Biodiesel e etanol são dois programas importantes para a economia brasileira. Um viabiliza desde sua origem a inclusão social, estimula a produção nos minifúndios, estimula a diversidade da produção e enfrenta as monoculturas. O outro é um programa mais antigo, que traz seus problemas, mas estes problemas podem ser perfeitamente resolvidos

(Por Maurício Thuswohl, Carta Maior, 26/02/2008)




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