Equipe levanta dados da região em bote hidrográfico para identificar os pontos de assoreamento
Uma equipe da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) está realizando trabalho de reconhecimento na bacia hidrográfica do rio Tramandaí. O objetivo é levantar dados sobre a região e identificar os principais pontos de assoreamento. Em um bote hidrográfico, os técnicos da SPH percorreram cerca de 30 km do rio Tramandaí, da barra até a altura da Lagoa dos Quadros.
A profundidade da água, medida por um ecobatímetro digital, foi considerada boa na maior parte dos trechos. 'Pelo que vimos até agora, os pontos mais concentrados são as ligações entre canais e lagoas, foz e cabeceiras', explicou o chefe da Divisão de Estudos e Projetos da SPH, Hermes Vargas. Apesar de existirem em menor quantidade, esses poucos locais podem apresentar perigo para a navegação. 'Em alguns pontos, é praticamente impossível navegar.'
As informações colhidas são enviadas a um computador de bordo. Com o levantamento dos dados, será possível realizar um mapeamento minucioso da área. O diagnóstico deve ser concluído em aproximadamente 6 meses, para somente depois ser encaminhado à aprovação dos órgãos ambientais como Fepam e Ibama. 'Estamos avaliando o volume a ser retirado e a qualidade dos detritos. Tudo têm de se feito sem agredir o meio ambiente', explicou Vargas.
No caso de serem identificados somente lodo, argila ou areia, os recursos hídricos poderão ser utilizados para a terraplanagem de alguns terrenos. A preocupação, entretanto, é a existência de materiais contaminados, como produtos industriais, que exigem maior cuidado para remoção e também locais apropriados para despejo.
Apesar da reconhecer a necessidade da dragagem, alguns pescadores questionam pontos do projeto. 'A dragagem só vai funcionar se fizerem os molhes. Senão, o mar vai empurrar a areia de volta para a barra', analisou o pescador João Andrade.
Mesmo concordando com a teoria, Vargas adiantou que a obra não faz parte do programa. 'A construção dos molhes é uma reivindicação muito antiga, mas depende de recursos federais.'
(Correio do Povo, ZH, 26/02/2008)