Com uma capacidade de 20 megawatts (MW), o Estado deverá contar com a primeira usina de energia deste tipo no PaísAlém dos já apresentados projetos em usinas eólicas, o Ceará investe nas energias alternativas e quer agora ser pioneiro na produção comercial da eletricidade a partir do meio solar. Com uma capacidade de 20 megawatts (MW), o Estado deverá contar com a primeira usina de energia deste tipo no País. O projeto está sendo tocado pela empresa MPX, pertencente ao grupo EBX, que também vai construir uma termelétrica no Complexo Industrial e Portuário do Pecém.
De acordo com o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, a empresa ainda vai definir que tipo de tecnologia será utilizada na usina, se terá como matriz concentradores (dispositivos como lentes, refletores ou conjunto de espelhos) ou painéis fotovoltaicos. Somente depois, poderá ser mensurado o investimento para capitalizar o projeto, prazos e a quantidade de empregos a serem criados. Segundo Balhmann, a localidade que o governo está sugerindo à empresa para a instalar a usina é a região dos Inhamuns. ´É uma tendência, pois, além de possuir um nível de pluviosidade baixíssimo, a região carece de investimento. O Estado vai colocar seus interesses´.
A criação da usina, segundo destaca, permitirá não só o incremento no mercado de trabalho no local, como a utilização da energia gerada também por cidades vizinhas. A MPX, que pertence ao empresário Eike Batista, já havia anunciado, na semana passada, que iria investir nesse tipo de energia renovável no Brasil e na América Latina. Na última quarta-feira, o comandante da empresa divulgou a parceria com a chinesa Yingli Solar para erguer uma fábrica de painéis solares no norte fluminense. A unidade piloto, prevista para 2009, terá capacidade instalada de 50 MW. Em entrevista ao Jornal do Brasil, Batista afirmou que, com base no esperado aumento da produção e conseqüente queda no preço do silício, matéria-prima para a produção de painéis, ele prevê que o custo de geração de energia solar caia dos atuais US$ 200 para cerca de US$ 100 por megawatt em um período de quatro anos. Nesse ínterim, a empresa planeja instalar usinas solares no Nordeste e talvez também no Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais, uma das regiões mais pobres do Brasil.
O outro empreendimento na produção de energia da MPX no Ceará, a termelétrica no Pecém, tem suas obras previstas para terem início no segundo semestre deste ano, com prazo de três anos para o término.
PROJETO EM ANDAMENTO
Terminal para frutas no Pecém
O Porto do Pecém poderá contar com um terminal exclusivo para frutas, um equipamento que poderá permitir a meta de incremento de 30% na exportação de frutas do Estado. A criação do ´TFruta´ será discutida na próxima sexta-feira pelo presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, a Cearáportos e empresários do setor. ´A idéia do governo é favorecer os pequenos produtores a serem exportadores´, explica Balhmann. O problema hoje enfrentado pelos pequenos é que eles não têm capacidade levar contêineres para as suas fazendas. ´O pequeno produtor não tem condições, nem escala, para embarcar frutas´, destaca.
O espaço será reservado para a paletização (fixar a mercadoria sobre bandejas, os pallets, para operação em bloco, no transporte) destas frutas. Segundo Balhmann, isso também favorece aos agricultores familiares a relação com os grandes produtores, que podem comercializar com eles. O presidente da Adece diz que ainda não existe um espaço definido nem valores para o investimento para o terminal.
De acordo com o presidente da Cearáportos, Erasmo Pitombeira, o projeto do ´TFruta´ está sendo elaborado, e a idéia é que ele seja construído para ter tipos diferentes de operacionalização. Segundo garante, o projeto fica pronto em uma semana. O Ceará exportou em 2007, US$ 77,2 milhões em frutas frescas, minimamente processadas, além de polpas congeladas.
(
Diário do Nordeste, 26/02/2008)