Com a oficialização do investimento da MPX em Candiota, será dada a largada da redescoberta do carvão gaúcho, que teve como precursora a Fase C da usina Presidente Médici. No local, trabalham desde janeiro mais de 200 pessoas, número que deve chegar a 1,5 mil até agosto. A movimentação da cidade não assombra o prefeito Marcelo Menezes Gregório (PMDB), que já esperava a oficialização de Seival II pela governadora Yeda Crusius nesta semana.
- Já estamos buscando capacitação, com cursos profissionalizantes, mas nem se qualificássemos toda a população da cidade haveria gente suficiente - observa Marcelo, relatando que sua preocupação foi garantir o abastecimento de água e projetos habitacionais para abrigar o pessoal vinculado à operação.
No dia seguinte à assinatura do protocolo entre governo e MPX, o futuro do carvão gaúcho vai ganhar um novo reforço: a Frente Parlamentar do Carvão, formada por mais de 200 deputados e senadores, reúne-se com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Fernando Zancan, presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral, explica que a principal reivindicação é tornar mais favoráveis a essa fonte térmica as regras dos próximos leilões de energia. Segundo Zancan, é preciso ampliar as condições para que os empreendedores apostem no carvão com mais segurança.
- Se olhar em volta, a situação (de abastecimento de energia) está muito complicada. Brasil e Argentina disputam o gás boliviano, e nesse cenário as reservas gaúchas estão muito bem posicionadas. O carvão importado está com preço nas alturas, e o mundo disputa cada hidrocarboneto possível - resume Zancan.
Antes de negociar a implantação de Seival II, a MPX já havia enveredado pela geração térmica a carvão: no final do ano passado, vendeu em leilão a energia de duas usinas no Nordeste que serão abastecidas com minério importado.
(Zero Hora, 26/02/2008)