De janeiro até agora, Porto Alegre já registrou quatro casos de suspeita de dengue. O medo de uma epidemia e a escassez de agentes para atuar no combate à doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, motivaram uma reunião entre o secretário substituto municipal da Saúde, Marinon Porto, e a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre, ontem pela manhã. Participaram das discussões os vereadores João Antônio Dib (PP), Dr. Raul (PMDB) e Aldacir Oliboni (PT), além da presidente da comissão, Neuza Canabarro (PDT).
O biólogo supervisor-geral de campo do Programa de Combate à Dengue da Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Campos Daudt, ressalta que a prefeitura recebeu uma verba de R$ 1 milhão para contratação de 300 agentes de combate a endemias, 30 supervisores de campo e três biólogos. No entanto, apenas cerca de cem pessoas estão atuando, já que a secretaria dividiu em três grupos os aprovados em concurso temporário realizado em 2007.
Segundo Porto, o pedido de renovação dos contratos emergenciais já está na prefeitura. "O comitê gestor se reúne nesta terça, ou no mais tardar quarta-feira, para aprovar a renovação dos contratos", ressalta. Ele diz ainda que a contratação deve ser prorrogada até que um novo concurso seja feito. "Há de se reconhecer o belo trabalho feito pela Vigilância em Saúde. Teremos todos os mais de 300 funcionários trabalhando muito em breve".
Segundo Maria Inês Dello, coordenadora substituta do Núcleo de Controle de Roedores e Vetores, ao qual está vinculado o programa de combate à dengue, as quatro pessoas com suspeitas de contaminação contraíram a doença em outros estados. "Nenhuma delas ficou doente em Porto Alegre, mas em áreas endêmicas", explica. Em relação ao fato de que dois terços dos funcionários contratados ainda não começaram a trabalhar, ela alega que "essa é uma questão administrativa, que não cabe a um técnico responder".
A ação das equipes na Capital é permanente e foi intensificada nas regiões que tiveram aumento nos índices de infestação predial. Os bairros São José, Bom Jesus, Menino Deus e Passo D'Areia apresentaram os níveis mais alarmantes no levantamento de janeiro. "A ação da coordenadoria é louvável. A prova disso é que, até hoje, não houve nenhum caso autóctone da doença", finaliza Porto.
(JC-RS, 26/02/2008)