Por volta de 200 homens da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança retomaram nesta segunda-feira a Operação Arco de Fogo, com o objetivo de combater o desmatamento na Amazônia em Tailândia, no Pará.
Segundo o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correia, mais de mil homens vão compor a força-tarefa para combater os madeireiros ilegais. O grupo contará ainda com o auxílio de
funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“Passa de mil homens, com certeza, o projeto na sua totalidade. Mas hoje estamos com um esforço concentrado em razão daqueles eventos ocorrido em Tailândia. Tem lá em torno de 150 homens da Força Nacional, uns 300 agentes federais e mais a força local e mais a participação do Ibama na região. Uma vez instalados, começa esse processo em parceira com o Ibama de fiscalização das serrarias”, explica o diretor-geral da Polícia Federal.
“A expectativa é o enfrentamento constante, ou seja, vamos fazer esse pronto-atendimento agora, mas contrariando o que muitos pensam, o fato novo é a permanência, e não uma operação episódica. Esse é o diferencial. O que combater, isso está na rotina da PF. O diferencial foi construir um planejamento que permitisse uma permanência mais prolongada naquela região.”
Segundo Luiz Fernando Corrêa, a fiscalização começará pelas serrarias e depois será direcionada às ações de combate ao transporte e corte ilegal de madeira. "Com certeza vamos ter capacidade de enfrentar e apoiar as forças estaduais em outras criminalidades que decorrem dessa atividade nessas localidades.”
A Polícia Federal já estuda a destinação que será dada à madeira apreendida. Uma das possibilidades em avaliação é a realização de leilões. Os recursos arrecadados seriam revertidos para o financiamento das ações de combate ao desmatamento.
“As madeireiras que trabalharem dentro da legalidade estarão até mais confortáveis depois da operação, porque terão segurança e a certeza de que não está havendo nenhuma concorrência desleal ao seu trabalho”, prevê o diretor-geral da Polícia Federal.
“Vamos enfrentar o desmatamento e toda a criminalidade correlata à isso. Isso pode refletir até na criminalidade mais comum possível, como fraude, corrupção, e aí ninguém está livre, instituição nenhuma.”
A Operação Guardiões da Amazônia retirou no último sábado (23) do pátio de duas serrarias de Tailândia, fiscalizadas pelo Ibama e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), 206,825 m3 de madeira apreendidos por não apresentarem licença comprovando ser de origem legal. A madeira foi transportada em 16 carretas e guardada em um pátio na região metropolitana de Belém.
Nas duas empresas os fiscais identificaram cerca de 2,1 mil metros cúbicos de madeira sem licença, a maioria das espécies popularmente conhecidas por goiabão, faveira e melancieira.
A operação foi retomada na última sexta-feira (22) e permanecerá na região até que os trabalhos sejam concluídos. A ação agora se concentra na retirada dos cerca de 13 mil metros cúbicos apreendidos nas sete serrarias fiscalizadas e autuadas.
Na semana passada, manifestantes bloquearam as estradas da cidade em protesto contra o a fiscalização.
(O Dia, 25/02/2008)