A Polícia Federal iniciou nesta segunda-feira (25/02) a operação Arco de Fogo, que tem o objetivo de combater o desmatamento na região amazônica. Começará pelo Pará e, quando estiver a todo vapor, contará com a participação de mil homens entre agentes da PF e integrantes da Força Nacional, força de elite formada por PMs dos Estados. Fiscais do Ibama e das Secretarias do Meio Ambiente estaduais também farão parte da ação, segundo a PF.
O principal foco da operação são as madeireiras que agem de forma ilegal, retirando a madeira amazônica sem autorização dos órgãos ambientais. "A operação é de caráter permanente, por tempo indeterminado", disse um porta-voz da Polícia Federal. O município de Tailândia, a 235 km de Belém no noroeste do Pará, será a primeira base da operação. Trezentos homens da Polícia Federal e da Força Nacional estão chegando à cidade nesta segunda-feira, além de fiscais do Ibama e da Sema.
No local, houve forte reação de manifestantes na semana passada contra a apreensão de 13 mil metros cúbicos de madeira, com confronto com a Polícia Militar, que controlou o protesto. Os 200 homens do Batalhão de Choque permanecem na cidade desde então. "A cidade está ocupada, mas segue sua rotina normal", afirmou uma assessora da Sema que está em Tailândia.
Levantamento do governo federal serviu de alerta para uma ação mais rígida contra o desmatamento. Os mais recentes dados divulgados pelo governo federal indicam que, de agosto a dezembro, cerca de 7.000 quilômetros quadrados de mata foram derrubados, o que significa dois terços da taxa registrada um ano antes (de agosto de 2006 e julho de 2007).
De acordo com a Sema, entre sábado e esta segunda-feira, foram retirados de Tailândia, em carretas, cerca mil metros cúbicos de madeira apreendida. Não houve resistência por parte dos madeireiros. A madeira será levada a Belém, onde vai a leilão e os recursos serão revertidos para a fiscalização do desmatamento ilegal. O governo paraense estima que a madeira apreendida até agora renderá até 4 milhões de reais.
(Por Carmen Munari, Reuters Brasil, 25/02/2008)