Ministério do Meio Ambiente pode desistir de elevar de 5% para 10% o percentual de biocombustíveis na gasolina alemã por temer custos extras para até 2 milhões de proprietários de veículos antigos. O ministro alemão do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel (SPD), admitiu rever seu plano de elevar o percentual de biocombustíveis adicionado à gasolina vendida na Alemanha de 5% para 10% após críticas do ADAC, o maior automóvel clube do país.
Pelas contas de Gabriel, apenas 375 mil automóveis – de uma frota total de 44 milhões – não estariam equipados com motores capazes de suportar a alteração na mistura. Ele disse ter se baseado em informações da indústria automobilística alemã. Mas o ADAC afirma que o número deve variar entre 1,5 milhão e 2 milhões de automóveis.
Custos mais elevadosOs proprietários desses modelos antigos não poderiam mais usar a gasolina comum e seriam obrigados a encher o tanque com combustível premium, mais caro. Isso implicaria um custo extra anual entre 100 e 200 euros por pessoa, ou 150 milhões de euros ao todo.
A CDU/CSU, parceira de coalizão do SPD, disse que não aprovará uma elevação do percentual de biocombustíveis na gasolina se ela significar um aumento de custos para os proprietários de automóveis. Gabriel acatou as críticas e disse que a elevação no percentual de biocombustíveis presente na gasolina alemã poderá ser deixada de lado caso os números do ADAC estejam corretos. A Associação da Indústria Automotiva Alemã (VDA) informou que vai revisar seus números e entregar um novo relatório ao governo até março.
Meio ambienteO aspecto ambiental também foi lembrado no debate. "Não é só uma questão de saber se a planejada introdução da gasolina com 10% de etanol é compatível com milhões de carros. O ADAC também defende uma averiguação séria de todos os aspectos relacionados com a mistura, incluindo os custos ambientais e sociais", afirmou o presidente da organização, Peter Meyer.
O Partido Liberal Democrático (FDP) se declarou contra a adição de biocombustíveis à gasolina argumentando que ela leva à destruição de florestas tropicais em países como o Brasil e a Indonésia. "Essa cota de biocombustíveis deve acabar", disse o deputado Horst Meierhofer.
Gabriel disse que a elevação do percentual de biocombustíveis na gasolina está associada a um endurecimento das regras para importação de energias renováveis pela Alemanha, incluindo a certificação de que elas foram produzidas sem a derrubada de florestas.
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Deustche Welle, 25/02/2008)