As compensações sociais e financeiras propostas pela mineradora Rio Tinto para mitigar os impactos da expansão de sua mina no Maciço Urucum devem ser melhor reavaliadas, segundo o prefeito Ruiter Cunha de Oliveira. Ele participou da audiência pública, realizada na noite de quinta-feira, 21, onde a empresa apresentou relatório de impacto ambiental do megaprojeto.
Ruiter considerou “tímidas” as compensações apresentadas pela mineradora, que pretende ampliar sua produção de minério de ferro dos atuais dois milhões de toneladas/ano para 15 milhões de toneladas/ano até 2014. “Entre o que sai (de um recurso não renovável) e o que fica (degradação ambiental) existe uma distância muito grande”, disse, propondo uma revisão nas compensações.
O prefeito destacou a importância da presença de uma empresa do porte da Rio Tinto investindo no município. “Nos envaidece e, ao mesmo tempo, cria uma expectativa de um futuro mais promissor para nossa gente”, ressaltou. Ruiter disse que o aumento expressivo da produção de minério deve trazer retorno ao empreendedor e também para Corumbá, no que se refere a emprego e renda.
“Torcemos pelo sucesso do empreendimento, é fundamental para nosso crescimento, e que ocorra, efetivamente, com sustentabilidade e, sobretudo, melhoria de vida para nossa população”, frisou. “E que a empresa não só consiga seus objetivos de produção, mas agrega valor ao minério, gerando divisas aqui e não fora do nosso Estado e do País.”
Retorno maiorRuiter desejou sucesso ao projeto da Rio Tinto, cujo investimento chega a R$ 600 milhões, ressalvando a necessidade de preservação do Pantanal e seu entorno para que os corumbaenses possam usufruir desta riqueza, melhorando a qualidade de vida com emprego e renda. “Esperamos que a Rio Tinto consiga processar essa riqueza aqui, gerando o desenvolvimento que todos nós almejamos”, observou.
O prefeito também comentou as estimativas anunciadas quanto ao repasse ao município de recursos referentes a tributos por conta das exportações. Disse que vai analisar os cálculos, acentuando que é possível uma parceria da empresa com a região. “A expectativa de ganho, com o valor crescente do minério, é muito grande. Acredito que a empresa pode dar um retorno maior a cidade”, afirmou.
Taxa de controleRuiter lembrou também que aguarda uma manifestação da Rio Tinto e das demais mineradoras em relação ao pagamento da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental dos Recursos Minerais, criada em dezembro de 2006. Ela institui a cobrança de R$ 2 por tonelada ou fração de minério extraído das reservas. O município, segundo o prefeito, vai retomar o processo legal de cobrança.
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Corumbá Online, 23/02/2008)