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2008-02-25
Para autor de livros sobre o aquecimento global, a preocupação do público leigo com o clima atingiu um ponto sem volta

O escritor Mark Lynas, natural de Fiji e formado na Grã-Bretanha, investiu seus últimos anos em alertar o público leigo sobre os impactos - e especialmente os perigos - do aquecimento global.  A preocupação do público, diz ele, cresceu "mais rápido do que o desenvolvimento de tecnologias limpas".  Lynas é autor de três livros sobre o gênero (nenhum traduzido para o português).  O último, Six Degrees: Our Future on a Hotter Planet ("Seis graus: nosso futuro em um planeta mais quente", em inglês), lançado no ano passado, segue igual linha, assim como a série SOS Aquecimento Global, inspirada nele, que o canal pago Nat Geo estréia hoje: o que pode acontecer com a Terra à medida que a temperatura suba gradualmente devido ao efeito estufa exacerbado.

Na série, incertezas científicas sobre o impacto do aquecimento global são deixadas de lado.  Por quê?

Há incertezas e nuances científicas ligadas a todas as projeções, assim como detalhamentos sobre cada ponto citado na série, e claramente não é possível colocar tudo.  É o caso de quando sentiremos 1°C ou 6°C a mais, se será no fim do século ou antes ou nunca, porque isso depende das decisões políticas que tomamos sobre quanto combustível fóssil vamos queimar.  Essa é a maior incerteza de todas.  O melhor a fazer é analisar as probabilidades: há 20% de chance de essa ou aquela temperatura ser alcançada.  Assim as pessoas podem tomar uma decisão sobre qual cenário preferem enfrentar.

Qual é seu desejo com os livros e, agora, com a série?

Minha intenção é simplesmente popularizar a melhor ciência disponível, que normalmente está restrita aos acadêmicos e a bibliotecas.  Conversei durante muito tempo com diversos especialistas para reunir essas projeções e transmiti-las para as pessoas que não possuem treinamento científico.  E isso significa também tentar individualizar os impactos das mudanças do clima.

A preocupação do público cresceu nos últimos anos?

Sim, cresceu exponencialmente, provavelmente mais rápido do que o desenvolvimento de tecnologias limpas.  Certamente um marco desse movimento é o filme do (ex-vice-presidente americano) Al Gore, Uma Verdade Inconveniente, que já tem três anos.  Esse, na verdade, é o "tipping point" (o ponto sem volta) do crescimento do interesse do público sobre o assunto, com impacto global.  Além disso, a população vê e sente as alterações no ambiente.  Com a união dos dois fatores, é possível observar um incremento da preocupação.

Certas alterações ambientais são provocadas por pessoas simples, que desejam apenas garantir o sustento e que não conhecem outra forma de vida.  Como falar com essas pessoas?

É certo que muito do desmatamento, por exemplo, que acontece na Amazônia e na Indonésia é feito por pessoas que buscam a subsistência.  Porém, numa proporção muito provavelmente maior, a derrubada e a queimada são conduzidas por produtores de biocombustíveis, no caso da Indonésia, ou madeireiros e pecuaristas, no caso do Brasil, que têm acesso à informação.  Certamente precisamos desenvolver estratégias para combater a pobreza, como maneira de reduzir a pressão sobre a floresta, mas também precisamos manter a floresta em pé com, talvez, a inclusão de florestas no mercado de carbono.


(Por Cristina Amorim, Estado de São Paulo, 24/02/2008)




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