Há dois anos vivendo em um galpão de obras do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), uma tribo remanescente dos Charruas espera em condições precárias para ser assentada em uma terra definitiva. A comunidade é formada por 40 pessoas, sendo que 18 são crianças. O cacique da tribo, Guaiamá, contou que eles foram retirados da área onde viviam há 40 anos, no Morro da Cruz, zona Leste da Capital. 'Quando chove, o galpão fica alagado', contou. Ele reclamou que há pessoas doentes no local.
A líder do povo Charrua no RS, Acuab, que vive na comunidade, ressalta a existência de uma área de 9,5 hectares na Lomba do Pinheiro para construir a aldeia, mas a compra é de responsabilidade da prefeitura. Segundo ela, o governo federal já teria enviado R$ 180 mil para a construção das casas. 'Estamos cansados de esperar', desabafou. Conforme o secretário adjunto da Coordenação Política e Governança Local, Toni Proença, o processo de desapropriação da área na Lomba do Pinheiro está em fase de conclusão e as famílias deverão ser transferidas para as três casas existentes no local até o final de março.
(Correio do Povo, 24/02/2008)