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crise energética
2008-02-22
País não quer que gás domine visita de Lula à Argentina

Vinte e quatro horas antes do jantar em que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Fernández de Kirchner discutirão o problema do fornecimento de gás boliviano para seus países, o chanceler Celso Amorim mandou um recado:

"O Brasil não vai tomar uma posição que implique risco de apagão", disse. Vai, então, "bater o pé", como quis saber um jornalista? Também não: "Queremos um esquema de ajuda mútua, no espírito de integração" [da América do Sul, projeto prioritário do Brasil].

As declarações dão a entender que no almoço que Lula e Cristina terão amanhã com o presidente boliviano, Evo Morales, dificilmente se chegará a algum acordo final sobre gás.

Até porque o problema não é tão imediato: a Bolívia já se comprometeu a manter o fornecimento para Brasil e Argentina nos volumes atuais (entre 27 milhões e 29 milhões de m3 ao Brasil, e 3 milhões à Argentina). O que não dá é para aumentar o número no inverno, quando a demanda argentina será maior pelo frio intenso.

Do ponto de vista brasileiro, "não tem cabimento", segundo Amorim, "criar um problema de racionamento no Brasil para evitar um problema de racionamento em outro país".

Solução não há no curto prazo, a não ser colocar na equação outras fontes de energia, imagina Amorim. Mas ele prefere "olhar para o futuro, investimentos na Bolívia", que aumentem a oferta de gás.

Também para o futuro é a usina hidrelétrica de Garabi, projeto binacional Brasil/Argentina no rio Uruguai. O documento final da visita do presidente Lula trará, segundo o chanceler, "uma referência muito forte sobre o cronograma e o modelo empresarial" da usina, que deve estar pronta em no mínimo cinco anos.

O Brasil está fazendo o máximo para evitar que o gás se transforme no tema central do noticiário da visita. Para desviar o foco, o chanceler anunciou que haverá "avanços importantes" na adoção das moedas locais no comércio bilateral, ainda feito em dólares. "Em breve, serão feitos os primeiros testes sobre o sistema."

O chanceler espera que, ainda este ano, "boa parte do comércio comece a ser feito em moedas locais. Não a maior parte das operações, mas talvez a maior parte do montante, o que beneficiará pequenas e médias empresas". O ministro antecipou ainda "anúncio muito importante na área nuclear, com impacto até em outros países" envolvendo "área científica e até industrial".

Mas o mais importante é o relacionamento político. A região vive momento de conflitos internos (entre Argentina e Uruguai em torno de fábrica de celulose uruguaia e entre Colômbia e Venezuela). Qualquer progresso na integração regional fica no mínimo prejudicado quando os governantes nem se falam ou se xingam, como Hugo Chávez (Venezuela) e Álvaro Uribe (Colômbia).

Brasil e Argentina, os países mais fortes da América do Sul, têm as condições naturais para tentar impor um mínimo de arrumação na casa, mas é preciso que atuem com a sintonia mais fina possível. É do que se falará, além do gás, no jantar de hoje.

(Clóvis Rossi, Folha de São Paulo, 22/02/2008)



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