Colônia contratou advogados para processar dono de barco

Pescadores de São Francisco do Sul iniciaram esta semana um movimento para processar a empresa de navegação Norsul, dona da embarcação que virou há 24 dias na entrada do porto de São Francisco do Sul. Os pescadores alegam que ninguém mais compra os produtos, por receio de contaminação, já que houve vazamento de óleo da barcaça. Ontem, os advogados estavam na Vila da Glória.

A Colônia de Pescadores Z2 contratou uma equipe de advogados ambientais de Curitiba. Até ontem, quase 300 pescadores da Vila da Glória e da região de Iperoba tinham encaminhado a documentação para entrar com a ação. A cidade tem cerca de 1,8 mil pescadores, dos quais 1,2 mil são cadastrados à colônia. O advogado Saulo Bonat de Mello acredita que cerca de mil pescadores têm interesse em processar a Norsul.

Para o presidente da colônia, Ismael dos Santos, a ação é necessária porque não houve como negociar os prejuízos. "Procuramos a Norsul para um ajuste compensatório, já que não conseguimos mais vender os produtos."

Por meio da assessoria de imprensa, a empresa de navegação afirmou que nunca foi procurada pelos pescadores e que está aberta a conversas.

O advogado Saulo não fala em valores. "Serão ações individuais e precisamos saber quais os prejuízos para cada um deles, de acordo com a família e renda." Para cada pescador que entrar com ação serão pedidas indenizações por três danos diferentes: materiais imediatos, materiais futuros e morais.

Os danos materiais imediatos referem-se aos prejuízos que os pescadores já tiveram, com perdas de mercadoria e equipamentos. O advogado alega que os pescadores também deixarão de lucrar pelos próximos meses, por isso a ação por danos materiais futuros. Os danos morais seriam pelo incômodo e angústia dos pescadores.

Hoje, a equipe de advogados estará no centro de São Francisco do Sul para agilizar mais ações. Nos dias seguintes passarão por outras praias.

(Josi Tromm, A Notícia, 22/02/2008)


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