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2008-02-22

Interesses econômicos divergentes dificultaram a obtenção de um consenso amplo entre os parlamentares que participaram, na quarta e na quinta-feira desta semana, em Brasília, do Fórum Internacional sobre Mudanças Climáticas, promovido pela Organização Mundial de Legisladores para um Meio Ambiente Equilibrado. Reunidos com o objetivo de propor aos oito países mais ricos do mundo, o chamado G8, metas de redução de emissões de gases poluentes a partir de 2012, os legisladores obtiveram apenas um avanço parcial nas negociações.

Dos três documentos previstos, apenas dois foram divulgados: o de biocombustíveis e o de estratégias de combate ao comércio ilegal de madeira. O texto que tratava especificamente de novas metas de redução após 2012 teve a apresentação adiada, principalmente por discordâncias em relação aos índices máximos de aquecimento aceitáveis nos próximos anos. Os principais entraves partiram das delegações dos países mais ricos e também da China.

Participante do encontro, o deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) avalia que, apesar do avanço em alguns pontos, ainda há muito a ser debatido: "É difícil chegar ao consenso. Há muitas divergências e interesses comerciais de países, principalmente países ricos, que não querem abrir suas fronteiras a produtos exportados ou exportáveis pelos países emergentes, principalmente o etanol e o biodiesel."

Política tarifária

O documento sobre biocombustíveis deixou questões em aberto. Os parlamentares não quiseram, por exemplo, fechar um entendimento sobre a necessidade de recomendar a adoção de tarifas menores sobre os biocombustíveis na Rodada de Doha, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O texto recomenda que os impactos ambientais e sociais da produção de etanol e biodiesel sejam acompanhados com cuidado, especialmente em relação a possíveis desmatamentos ou conseqüências sobre o preço dos alimentos.

O fórum reuniu parlamentares do G8, além de representantes dos cinco principais países em desenvolvimento: Brasil, China, Índia, México e África do Sul. O grupo volta a se reunir no fim de junho, uma semana antes de os líderes do G8 decidirem quais serão as metas de redução de emissões para depois de 2012.

(Por Ana Raquel Macedo, Agência Câmara, 21/02/2008)


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