O militar Gelio Fregapani, mentor da Doutrina Brasileira de Guerra na Selva, afirma em entrevista à Agência Amazônia, que o problema crucial da região amazônica é o fato de ainda não ter sido ocupada. "Ledo engano é supor que a região pertence de fato ao Brasil. Será, sim, do Brasil, quando for desenvolvida por nós e devidamente guardada. Daí porque às potências estrangeiras não interessa o desenvolvimento da Amazônia".
De acordo com o militar, Estados Unidos, Inglaterra e França, principalmente, lançam mão, com esse objetivo, da grita ambientalista. "Com a região intocada, matam dois coelhos com uma cajadada: mantêm os cartéis agrícolas e de minerais e metais. Dois exemplos: a soja da fronteira agrícola já ameaça a soja americana; e a exploração dos fabulosos veios auríferos da Amazônia poriam em cheque as reservas similares americanas e poderia mergulhar o gigante em recessão".
- O outro coelho é que, despovoada, inexplorada e subdesenvolvida, não haverá grandes problemas para a ocupação militar da região. Aliás tudo já está preparado para isso. A reserva Ianomâmi - etnia forjada pelos ingleses -, do tamanho de Portugal e na tríplice fronteira em litígio Brasil, Venezuela e Guiana, é a maior e mais rica província mineral do planeta. As Forças Armadas e a Polícia Federal não podem nela entrar, por força de lei. Pois bem, já há manifestação na Organização das Nações Unidas (ONU) de torná-la nação independente do Brasil, por força de armas, se necessário, afirma.
Fregapani, hoje na Inteligência federal da Amazônia, não descarta guerra pela ocupação da Hiléia. "A Amazônia será ocupada. Por nós, ou por outros" - adverte.
Gelio Fregapani já esteve em muitos dos locais habitados e dos desabitados da Amazônia. Fala mais de uma língua indígena, já conduziu geólogos a lugares ínvios, chefiou expedições militares e coordenou expedições científicas às serras do extremo Norte e onde dormem as maiores jazidas minerais da Terra. Desenvolveu métodos profiláticos para evitar doenças tropicais, tendo saneado as minas do Pitinga e a região da hidrelétrica de Cachoeira Porteira. Coronel do Exército, serviu à força durante quatro décadas, quase sempre ligado à Amazônia, tendo fundado e comandado o Centro de Instrução de Guerra na Selva.
Há três décadas observando a atuação estrangeira na Amazônia, escreveu o livro "Amazônia - A grande cobiça internacional" (Thesaurus Editora, Brasília, 2000, 166 páginas).
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Agência Amazônia, 21/02/2008)