O senador Expedito Júnior (PR-RO) pediu ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, "muita cautela na condução da chamada "Operação Arco de Fogo'". Segundo ele, os trabalhos dessa operação já começaram a tratar generalizadamente os madeireiros como criminosos, o que demonstra "a falta de diálogo e a falta de competência para se resolver um problema tão complexo".
Expedito Júnior disse o governo federal e o Ministério do Meio Ambiente sonegam aos brasileiros informações "sobre o grandioso trabalho que Rondônia tem feito" na defesa da Amazônia. Lamentou que, assim como os madeireiros, os agricultores e pecuaristas não são criminosos, não podendo admitir um "ataque generalizado".
- O governo federal precisa ter competência para identificar essas pessoas e puni-las, e não rotular todos aqueles que fazem o estado crescer como sendo criminosos - afirmou.
Citou o Plano Agropecuário e Florestal do Estado (Planafloro), iniciativa pioneira que resultou no zoneamento ecológico; na regularização fundiária de terras públicas e privadas; no estabelecimento e na gestão de reservas ambientais; na proteção de povos indígenas; na pesquisa agropecuária e agroflorestal; no crédito e na assistência rural; nos serviços de infra-estrutura para transporte; na eletrificação rural; e no abastecimento de água, entre outros.
Disse ainda que o estado criou 43 unidades de conservação, equivalentes a um quinto da área de Rondônia; e que 99% da população indígena vive em terras demarcadas. Lembrou que o vertiginoso crescimento da população rondoniense foi estimulado pela política de ocupação da Amazônia, dentro da doutrina de segurança nacional vigente no regime militar, que oferecia aos colonos lotes de até 100 hectares, com serviços básicos de infra-estrutura a preços bastante reduzidos. Assim, a população passou de 69 mil habitantes, em 1960, para 1,38 milhão no ano 2000.
Apesar disso, Expedito Júnior registrou, no mesmo pronunciamento, que o 2007 foi um ano positivo para Rondônia, pela renegociação da dívida do Banco do Estado (Beron), que contou com o apoio da maioria dos senadores, mas ainda não foi cumprida pelo governo federal. Pediu também que seja votada, na Câmara dos Deputados, a proposta de emenda à Constituição que incorpora os servidores do extinto Território de Rondônia aos quadros da União.
Em aparte, o senador João Ribeiro (PR-TO) parabenizou Expedito Júnior pelo "trabalho brilhante que realiza no Senado Federal". Também em aparte, o senador João Pedro (PT-AM) defendeu a ministra Marina Silva, afirmando que ela "é dura", mas apenas com quem infringe, com quem não respeita as normas.
(Por José Paulo Tupynambá, Agência Senado, 21/02/2008)