Bem conduzido, o manejo pode ser uma das alternativas para manter a floresta, seu valor e sua biodiversidade e, ao mesmo tempo, gerar renda e emprego para quem depende dela para viver. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (21/02) pelo líder do PSB no Senado, Renato Casagrande (ES), durante o Fórum de Legisladores do G8 (grupo dos oito países mais industrializados e a Rússia) e mais cinco países emergentes sobre mudanças climáticas.
Casagrande falou à Agência Brasil depois que representantes de madeireiras internacionais apresentaram sua visão sobre as florestas. O presidente da Precious Wood, que opera na América Latina e na África, Andres Gut, e o representante da Interafrican Forest Industries Association (IFIA), Hervé Bourguignon, defenderam a necessidade de certificação das empresas que atuam no setor como forma de proteger a floresta.
"Nós trabalhamos em um ambiente desafiador e queremos que outros venham fazer auditorias para mostrar que estamos trabalhando de maneira correta", afirmou Bourguignon. Ele considera a certificação como parte da solução para a preservação das florestas, pois obriga as empresas a se comprometerem mais.
"É preciso saber quais são as necessidades da população local e elaborar um projeto em que ela participe e possa gerir depois. Não adianta só dar dinheiro", disse ele.
Andres Gut destacou o fato de muitos países desenvolvidos acharem que protegem as florestas apenas com doação de dinheiro. "Se querem mesmo proteger as florestas, é preciso que tenham pessoas fortes na administração cuidando disso "
Gut ressaltou que pensar a floresta está acima do que a legislação estabelece. "A sustentabilidade vai muito além do que é a legalidade."
Para o senador Renato Casagrande, a certificação pode contribuir para que o governo tenha um domínio maior sobre a região amazônica. "O governo, hoje, não tem o controle da região. Não se tem, efetivamente, uma ação governamental que se possa dizer que tenha o controle da região da floresta amazônica, porque, a cada dia, o desmatamento ilegal acaba prevalecendo naquela região.”
“Com esse tipo de atividade”, acrescentou Casagrande, “tem-se cadastro, acompanhamento e condições de, realmente, mensurar se o que está sendo feito está dentro daquilo que a legislação prevê."
(Por Danilo Macedo, Agência Brasil, 21/02/2008)