"O Brasil quer ter papel importante para colaborar com o resto do mundo na utilização e na disseminação de tecnologias e conhecimentos na área de biocombustíveis e fontes de energia renovável", declarou nesta quarta-feira (20/02) a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), na abertura do Fórum de Legisladores do G8+5 sobre Mudanças Climáticas. A partir dessa abordagem, a parlamentar passou a defender a produção de biocombustíveis como forma de redução das emissões de gases do efeito estufa na atmosfera.
O fórum é uma iniciativa da Organização Global de Legisladores para um Ambiente Equilibrado (Globe, sigla em inglês). O grupo G8+5 é formado pelas oito nações mais desenvolvidas do mundo - Estados Unidos, Japão, Canadá, Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Rússia - mais os cinco principais países em desenvolvimento - China, Brasil, Índia, México e África do Sul. Serys é coordenadora do grupo de parlamentares que já participou dos dois outros fóruns realizados nos Estados Unidos e na Alemanha. Também integram o grupo os senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Cícero Lucena (PSDB-PB).
Durante a abertura do evento, Serys disse que "a alegação constantemente utilizada de que a produção de etanol no Brasil compromete a produção de alimentos é uma falácia". A senadora afirmou, ainda, que o legislador tem um papel extraordinário para a expansão e disseminação das tecnologias que diminuam os custos das medidas necessárias à redução do efeito estufa.
O senador Cícero Lucena, que também esteve presente na sessão de abertura do evento, defendeu, sobretudo, a transferência de tecnologia dos países desenvolvidos aos países emergentes, prevista na Convenção do Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, desde 1992.
- Esse mecanismo não tem sido implementado há um tempo, em virtude de resistência dos países mais desenvolvidos em repassar tecnologias mais eficientes na redução das emissões dos gases de efeito estufa aos países em desenvolvimento. Precisamos, urgentemente, chegar a um acordo, em nome da preservação do meio ambiente - disse Cícero Lucena.
Os senadores compartilham da idéia de que é essencial o investimento na conscientização da população mundial da importância de se preservar o meio ambiente para que ocorram cada vez menos mudanças climáticas prejudiciais à vida humana.
- Devemos incentivar todos os países a ter a educação ambiental como disciplina obrigatória no currículo escolar a fim de gerar, gradualmente, uma mudança de hábito da população - propôs Cícero Lucena.
No fórum, que se estenderá até quinta-feira (21), discutem-se temas como desmatamento, créditos de carbono e biocombustíveis. A meta dos encontros é chegar a um acordo, dentro da ótica dos parlamentares dos países do G8+5, sobre mudanças climáticas pós-2012. Ao final das rodadas, uma declaração de consenso será elaborada e, em junho, vai ser apresentada no Japão aos participantes do Diálogo aos Chefes de Estado do G8.
Além de Serys, Cícero Lucena e Renato Casagrande, participaram da abertura dos debates o parlamentar do Reino Unido e presidente da Globe, Elliot Morley; o presidente do Senado, Garibaldi Alves; o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, assessores do Ministério das Relações Exteriores e representantes do corpo diplomático.
(Agência Senado, 20/02/2008)