Representantes do G8 - grupo que reúne os sete países mais industrializados e a Rússia - e do bloco de cinco países de economia emergente, entre os quais o Brasil, discutem até esta quinta-feira (21/02) a elaboração de um documento com propostas de enfrentamento das mudanças climáticas.
O texto, que será levado à próxima reunião do G8, em julho, no Japão, vai tratar de questões como biocombustíveis e estímulos financeiros à redução do desmatamento.
O evento é organizado pela Globe - Organização Mundial de Legisladores para um Ambiente Equilibrado - e tem como foco a contribuição do Legislativo dos países envolvidos na busca de políticas globais pela redução de gases de efeito estufa, contra o aquecimento do planeta.
É a primeira vez que um país de economia emergente sedia a reunião, o que, na avaliação do porta-voz do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, Sergio Jellinek, se deve ao papel do Brasil no cenário mundial como "provedor de soluções para a questão das mudanças climáticas", em referência à matriz energética limpa e aos investimentos brasileiros em biocombustíveis
Na abertura do fórum, o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que o papel do parlamento brasileiro na definição de medidas de mitigação do impacto das mudanças climáticas é fundamental, porque o Congresso "é o segmento político que melhor representa a sociedade". Chinaglia disse que o debate sobre energia será tema permanente na Câmara e anunciou a criação de uma comissão especial para tratar de fontes renováveis.
O ministro interino das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães, também ressaltou o papel dos legisladores na discussão das mudanças climáticas. "Tudo dependerá das políticas públicas adotadas em relação aos padrões de consumo e produção de energia e a elaboração dessas políticas caberá aos parlamentares."
O porta-voz do Banco Mundial destacou que os parlamentares têm mais autonomia e flexibilidade para decidir sobre políticas públicas de enfrentamento das mudanças climáticas que os governos. "Em uma plataforma intergovernamental como a Organização das Nações Unidas [ONU], os países se encerram em suas posições. Os legisladores podem facilitar consensos. Têm mais flexibilidade que os governos, representam mais diretamente o cidadão", afirmou Jellinek.
O Brasil é representado no fórum pelos deputados Antonio Palocci (PT-SP) e Augusto Carvalho (PPS-DF) e os senadores Serys Slhessarenko (PT-MT), Cícero Lucena (PSDB-PB) e Renato Casagrande (PSB-ES).
(Por Luana Lourenço, Agência Brasil, 20/02/2008)