O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse hoje que o governo está estudando a possibilidade de realizar, no futuro, leilões de energia exclusivos para centrais eólicas. Atualmente, devido ao custo mais elevado - que vai de R$ 200 a R$ 240 por megawatt-hora - a energia eólica não consegue competir, em um mesmo leilão, com outras fontes mais baratas. "Temos o desafio de estudar as peculiaridades dessa fonte e trabalhar em um leilão específico para ela", disse.
Segundo Zimmermann, internamente o ministério já vinha analisando o assunto. A idéia agora, que será encaminhada ao ministro Edison Lobão, é criar um grupo de trabalho mais amplo dentro do governo, que reúna também representantes da Casa Civil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), para tratar do assunto.
Zimmermann e Lobão receberam hoje, na sede do Ministério de Minas e Energia, a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, que defendeu a realização de leilões exclusivos para a energia eólica, para atrair investidores interessados em construir centrais desse tipo no Estado. Segundo ela, o Rio Grande do Sul já tem, hoje, uma potência instalada de 150 megawatts (MW) de energia eólica. E esse potencial pode ainda ser ampliado para 500 MW. "Isso representaria cerca de 10% da energia consumida no Estado."
Yeda lembrou que, devido às recorrentes secas no Sul do País, as centrais eólicas podem ser uma boa alternativa para poupar água nos reservatórios das hidrelétricas.
Zimmerman ressaltou também que, no Nordeste, venta mais justamente na época em que diminui a vazão do Rio São Francisco, onde estão as principais hidrelétricas da região. "As fontes podem se complementar", disse.
(Por Leonardo Goy, Agência Estado, 20/02/2008)