Material desenvolvido no Rio de Janeiro ajuda a reduzir emissão de gás carbônico. Empresários ainda não se interessaram pela produção.
Um concreto feito com boa parte de material reciclável, que ajuda a diminuir os danos ao meio ambiente. A descoberta de pesquisadores do Rio de Janeiro também pode deixar a obra mais barata. Sobras do bagaço da cana-de-açúcar, restos da produção de cerâmica e casca de arroz podem ter um destino melhor do que ir para o lixo: são opções de matéria prima para a produção de um concreto durável e ecológico.
Transformados em pó, substituem até 40% do cimento usado no preparo do concreto, que ainda é o material mais comum em construções no mundo inteiro. E ainda reduzem as emissões de gás carbônico geradas pela produção do cimento tradicional.
Os fabricantes de cimento são responsáveis por 7% das emissões na atmosfera de CO2, um dos gases que provocam o aquecimento global.
"No concreto ecológico, parte do cimento é substituído pelo resíduo cerâmico, tijolo moído. Teria tudo pra ser mais barato, sem contar a questão ambiental, que tem um valor agregado", diz Romildo Toledo, engenheiro civil do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Modelo O resultado dos testes aparece num grupo de casas fabricadas há quatro anos no campus da universidade, com uma mistura de sobras de tijolo recolhidas numa indústria de cerâmica. Na casa modelo, o benefício não é visível – ele está na estrutura da construção.
Mas os testes mostram que, a cada quilo do novo material empregado, se economiza um quilo de CO2 que seria liberado na atmosfera. Falta agora chamar a atenção da indústria do cimento para a novidade. O pesquisador da UFRJ disse que se encontrou com empresários do setor, mas nada foi fechado até agora.
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G1.com.br, 20/02/2008)