A falta de licença ambiental para implantar assentamentos rurais em três fazendas no Mato Grosso (a Mateira, em Chapadão do Sul, Itamaraty, em Ponta Porã e Teijin, no município de Nova Andradina) resultou em multa na ordem de R$ 2,2 milhões ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). As multas são de 2005 e 2007 e segundo o chefe de fiscalização do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis), Reginaldo Yanaciro, o Incra já começou a se movimentar para diminuir as penalidades.
A presença de embalagem de agrotóxico na Itamaraty e a falta da licença ambiental resultaram em multa de R$ 1 milhão. Este ano o Incra já comunicou o Ibama de que encontrou uma empresa para fazer a retirada do material tóxico que está trancado num depósito em uma das fazendas de Ponta Porã. A reparação do dano resulta em redução em 90% no valor da multa.
Na Teijin, em Nova Andradina e na Mateira, em Chapadão do Sul, o Ibama aponta o desmatamento ilegal como principal entrave. Famílias foram colocadas na área de mata nativa e o resultado foi a destruição. Na primeira a multa aplicada foi de R$ 1 milhão, na outra R$ 200 mil. O processo ainda está em fase de defesa no Ibama, explica o chefe da fiscalização.
O superintendente do Incra em Mato Grosso do Sul, Luiz Carlos Bonelli, responde também no MPF (Ministério Público Federal) por suspeita de irregularidades na compra de áreas para a reforma agrária.
Na manhã desta quarta-feira (20/02), em Brasília, uma reunião na Casa Civil discutia a situação do órgão no Estado. Integrantes dos movimentos sociais fazem protestos. Ocuparam a sede do Incra na Capital e em Jardim e trancaram a rodovia BR-163, em Naviraí e Itaquiraí pela permanência de Bonelli no posto.
O senador Valter Pereira (PMDB) indica o professor universitário Flodoaldo Alencar para o lugar de Bonelli. O impasse ainda continua.
(Por Jacqueline Lopes, Midiamax, 20/02/2008)