Um pequeno grupo de representantes da organização SOS ClimaTerra fez nesta quarta-feira (20/02) um protesto para cobrar medidas mais enérgicas dos legisladores que estão participando do Fórum de Legisladores do G8 (grupo que reúne os sete países mais industrializados e a Rússia) e países emergentes sobre mudanças climáticas, organizado pela Globe - Organização Mundial de Legisladores para um Ambiente Equilibrado.
"Estamos aqui para, modestamente, ensiná-los a respeitar a vontade da população, que é continuar viva", afirmou Roberto Ferdinand, que se define como "voluntário" da organização, "que não tem chefes ou hierarquias".
Com faixas citando os relatórios do Painel Intergovernamental de Mudança Climática (IPCC, na sigla em inglês), que apontam o aquecimento global como fenômeno "inequívoco" e o Protocolo de Quioto, os manifestantes (cerca de 20) entraram no salão principal do Ministério das Relações Exteriores, pedindo para participar, como observadores, do encontro de parlamentares. O grupo foi impedido pela equipe de segurança do Itamaraty.
"Estamos diante da maior tragédia da humanidade. Temos dez anos para mudar a matriz energética do planeta para energias limpas, como o sol, o vento e as marés. Se isso não for feito, em 30 anos não vai sobrar ninguém do planeta", afirmou Ferdinand.
A SOS Clima Terra é uma organização "guarda-chuva" que abriga 3 mil entidades em 100 países, de acordo com o grupo. O principal "alvo" da manifestação de hoje foi a delegação norte-americana presente ao encontro.
"Os Estados Unidos não se deram sequer o trabalho de assinar o Protocolo de Quioto. Eles são responsáveis por 25% das emissões [de gases de efeito estufa] do mundo. E o que é interessa é essa emissão per capita", comentou Ferdinand.
(Por Luana Lourenço,
Agência Brasil, 20/02/2008)