Tipo de trabalho: Tese de Doutorado
Instituição: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP)
Ano: 2007
Autor: Luiz Carlos de Faria
Contato: faria.lc@gmail.com
Resumo:
O presente trabalho avaliou o uso do lodo residual (biossólido) produzido nas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) como fertilizante em florestas de eucaliptos. Os aspectos estudados foram demanda potencial, resposta à fertilização em termos de produção madeireira, crescimento das árvores e viabilidade econômica. Foi verificada uma elevada demanda potencial pelo biossólido em povoamentos de eucaliptos localizados a curtas distâncias de transporte rodoviário no entorno da RMSP. Verificou-se também que o biossólido, complementado com P e K minerais no plantio, acelerou a ritmo de crescimento das árvores, aumentou o nível de produção madeireira e reduziu o ciclo de produção de Eucalyptus grandis em proporções semelhantes às observadas para a fertilização mineral convencional. Na avaliação aos 99 meses de idade, foi verificado que a maior dose de biossólido (40 Mg ha-1) não resultou na maior produção de madeira. Se considerada a diferença estatística entre as curvas de crescimento, os modelos testados podem ser divididos em apenas dois grupos: (i) testemunha e dose de 10 Mg ha-1; e (ii) demais tratamentos. A análise econômica (valor presente líquido anualizado e a taxa de juros de 12% ao ano) recomenda a dose de 5 Mg ha-1, com complementação com K mineral no plantio, se utilizado como critério de definição de corte a escolha da idade que maximiza o incremento médio anual em cada tratamento. Para as condições do trabalho concluiu-se que o biossólido não substitui totalmente a fertilização mineral convencional. Economicamente, confirmou-se a expectativa de que elevadas taxas de aplicação do biossólido são inviáveis, devido principalmente à alta umidade natural desse material que encarece significativamente o transporte.