O reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge e o presidente-executivo da International Paper do Brasil (IP), Maximo Pacheco, assinaram, na manhã de terça-feira (19/02), um convênio de cooperação que abrange atividades de disseminação do conhecimento, prestação de serviços, pesquisa e desenvolvimento, formação e treinamento de recursos humanos, bem como a transferência de tecnologias passíveis de aplicação comercial e industrial.
A cerimônia, realizada no Laboratório de Genômica e Expressão do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, teve também a assinatura do primeiro termo aditivo referente a um projeto de pesquisa cooperativa na área de bioinformática e expressão genética do eucalipto. Esse projeto será coordenado pelo professor Gonçalo Pereira, do Laboratório de Genômica e Expressão do IB e pelo engenheiro florestal Luís Fernando Silva, da área de P&D florestal da IP Brasil. A negociação foi conduzida pela Agência de Inovação da Unicamp (Inova).
Para Gonçalo, é de momentos como esse que o Brasil vai definir se vai dar um salto e transformar-se num país realmente desenvolvido ou se vai viver comprando tecnologia. “Chegamos a um ponto que temos cérebros que se comparam com os melhores do mundo. Basta colocar um aluno brasileiro em qualquer programa de pós-graduação no exterior, que geralmente ele se destaca. Eu diria que nós temos um problema muito maior de organização do que de competência e capacidade em gerar tecnologia. Estamos extremamente satisfeitos com esse primeiro passo”, afirmou Gonçalo.
Segundo o gerente de pesquisa e desenvolvimento florestal da IP Brasil, Luís Fernando Silva, a empresa está buscando cooperação em diversos níveis, desde a aplicação de novas tecnologias até a formação de mão-de-obra altamente especializada. Silva disse que, por parte da empresa, existe uma expectativa muito grande com relação a esse convênio e que irão explorar essa oportunidade de uma forma mais efetiva. “Essa aproximação é essencial. Estamos aproximando pesquisa básica e pesquisa de tecnologia aplicada.
Numa ponta existe todo o potencial intelectual que a universidade investe em pesquisa básica e na outra ponta está a indústria carente de novas tecnologias para implementação prática. Essa convergência entre o setor produtivo e a academia é muito importante para alavancar o processo de produção e desenvolvimento do Brasil e garantir cada vez mais nossa competitividade no cenário internacional”, ressaltou Silva.
“É muito satisfatório quando conseguimos juntar competências”, observou Roberto Lotufo, diretor-executivo da Inova. Para ele, projetos como esse são capazes de agregar a transferência de tecnologia entre as partes, contando também com o envolvimento de alunos de graduação e pós-graduação, que é a essência da Unicamp.
De acordo com o presidente-executivo da IP Brasil, Maximo Pacheco, é importante reconhecer a iniciativa da Unicamp que, por meio de sua Agência de Inovação, fomenta a relação entre a universidade e o setor produtivo. Para Pacheco, juntos, universidade e empresa promoverão trocas que serão relevantes para o desenvolvimento tecnológico e profissional. “Apostamos que desse projeto virão as próximas grandes inovações do setor florestal. Estar ao lado da Unicamp é, sem dúvida, uma grande distinção e um marco na história de nossa empresa”, ressaltou o presidente da IP Brasil.
“Nós sempre temos dito que a única razão de todas as ações da Unicamp é formar recursos humanos competentes e de qualidade. Tudo que nós fazemos aqui tem isso como objetivo principal. Fazemos pesquisas e geramos conhecimento novo porque isso ajuda a formar melhor os nossos estudantes. É isso que estamos vendo aqui hoje. A ação executada. Porque temos certeza de que, ao produzir o conhecimento novo, o resultado principal para a universidade desse processo será a formação de recursos humanos. Esse ato é a essência do modelo Unicamp de universidade. A projeção da Unicamp em nível internacional se dá exatamente em razão da persistência desse modelo desde a origem de criação da universidade até esse momento, sem abrir mão dessa indissociabilidade. O foco estará sempre centralizado na questão mais fundamental da universidade que é a formação dos nossos jovens”, concluiu o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge.
(Por Jeverson Barbieri, Jornal da Unicamp, 19/02/2008)