Os 18 primeiros quilômetros foram orçados em R$ 100 mil/km. Recursos vêm da contrapartida ambiental de empresas e de recursos externos ou doações
Os relatórios finais do projeto de construção da ciclovia em Porto Alegre passam por adequações e melhorias e este deve ser concluído até o fim de março. A partir daí, a obra já pode ser iniciada e o projeto de lei encaminhado à Câmara de Vereadores, conforme o técnico em Trânsito e Transporte da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e Coordenador do Grupo Técnico de Acompanhamento do Plano Diretor Cicloviário Integrado de Porto Alegre, Régulo Ferrari. “A busca por parceiros segue,” mencionou.
Para 18 km foi orçado R$ 100 mil/km, valor que deve provir da contrapartida ambiental de empresas e de recursos externos ou doações, como a que se espera que venha do Banco Mundial. Segundo os critérios de conectividade; demanda; declividade e índices de acidentes, os locais prioritários das ciclovias são as avenidas Sertório, Assis Brasil, Ipiranga e Restinga.
Modelo francês
Ferrari diz que gostaria de conhecer o “Velib’ erté” ou o mesmo que “a bicicleta como símbolo de liberdade de locomoção”. Mas sabe, assim como a ambientalista Conceição Carrion, que por a realidade brasileira e a francesa serem diferentes, o sistema de ciclovias em cada país também deve ter as próprias características.
“Na França eles não correm como aqui. Há a conscientização da necessidade da bicicleta para todos por parte dos órgãos públicos, mostrando as vantagens da independência e liberdade, da não poluição, da economia de combustível, da fuga do engarrafamento, da importância do exercício físico à saúde,” contou a ambientalista após uma curta temporada em Paris. O sistema “Velib’ erté” disponibiliza centenas de estações, a cada 300 metros, com milhares de bicicletas para os ciclistas se deslocarem.
De acordo com o folheto informativo, basicamente, o ciclista escolhe a modalidade de uso, se de um ano ou se de uma semana ou um dia. No primeiro caso, ele efetua o pagamento (29 euros ou R$ 77,72) na estação e faz a reserva. Há formulários a serem preenchidos na internet ou pelo correio. Em 15 dias, o ciclista recebe a carta de inscrito que lhe permite o direito de uso. Vale enfatizar que, no momento da inscrição é feito um depósito de garantia de 150 euros ou R$ 402.
No segundo caso, quem não tem a carta pode retirar um ticket para uso de um dia ou uma semana mediante o pagamento da taxa com cartão de crédito. “É muito barato ao francês andar um dia a um euro ou uma semana a cinco euros; enquanto que, um ticket de metrô custa 1,10 euros,” comentou Conceição.
A devolução da bicicleta deve ser feita em 24 horas e menores a partir de 14 anos podem utilizar com autorização de responsável legal. Dezoito dicas orientam o ciclista a se portar no trânsito parisiense com segurança. Dentre elas, estão: não dar carona, não andar na calçada, verificar condições de segurança antes de sair, proibido usar celular. Mais informações através do site Velib.paris.fr.
(Por Eliege Fante, Núcleo Amigos da Terra Brasil, Eco Agência, 18/02/2008)