A expectativa de que em Rio Grande pudesse ser construída a plataforma oceânica P-57 foi frustrada na semana passada. A Petrobras assinou com a empresa Single Buoy Mooring (SBM) contrato para construção da plataforma a ser instalada no Campo de Jubarte, no mar do Espírito Santo, em profundidade de 1.246 metros.
O diretor da Superintendência do Porto (Suprg), Sinésio Cerqueira Neto, diz que ficou surpreso com a notícia, mas pondera que o dique seco vai proporcionar a montagem de outras plataformas oceânicas em Rio Grande. “O importante é que a concentração da indústria naval no Brasil já saiu do Rio de Janeiro”, afirma. O diretor se refere à montagem da plataforma P-53, no Porto Novo de Rio Grande, e à P-55, que terá parte das estruturas construída também no porto local.
O conteúdo nacional mínimo previsto na construção da plataforma é de 65%, excluindo conversão do casco, que será realizada em Cingapura, e a compra de máquinas de grande porte. A construção do maior número de módulos e a integração da plataforma (casco e módulos) será executada no estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ).
A plataforma, do tipo FPSO, terá capacidade para produzir 180 mil barris de petróleo e comprimir 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia. O projeto da P-57 integra as metas de crescimento estabelecidas no Planejamento Estratégico 2020, que prevê chegar a 2015 com uma produção no País de 3,455 milhões de barris equivalentes (boe) de petróleo e gás natural por dia. O prazo de construção é de três anos, e o valor do contrato é de 1,195 bilhão de dólares.
A empresa contratada fornecerá, para a conversão, o navio petroleiro Island Accord, e usará um modelo básico próprio, adaptado de projetos utilizados em embarcações afretadas. Ao final da construção, a SBM executará, por três anos a operação da P-57, como contratada, pelo valor de 63,55 milhões de dólares.
(Por Luiz Eduardo Baquini, Diário Popular, 19/02/2008)