O Ibama de Mato Grosso do Sul multou a empresa MMX, do empresário Eike Batista, em R$ 3 milhões por uso de carvão vegetal produzido a partir de desmatamento recente na região do Pantanal. Segundo o Ibama, a MMX agiu em desacordo com sua licença de operação.
Em dezembro, a siderúrgica já havia sido multada em R$ 1 milhão. A reincidência fez com que o valor fosse triplicado.
Desde dezembro, a MMX estava proibida de comprar madeira, carvão ou outros subprodutos dos municípios de Corumbá, Ladário, Miranda, Bodoquena, Jardim, Guia Lopes e Bonito -justamente a cidade de onde saiu a carga desta vez.
Os fiscais do Ibama conseguiram detectar a irregularidade por meio do DOF (Documento de Origem Florestal, que substituiu a antiga ATPF, Autorização de Transporte de Produtos Florestais), que permitiu o rastreamento eletrônico do produto.
Na primeira vez, a empresa adquiriu a carga (cerca de 60 toneladas) -inclusive espécies de árvores protegidas por lei- de uma carvoaria que operava de maneira ilegal em terra indígena, segundo o Ibama.
O governo de Mato Grosso do Sul descarta risco ambiental; a MMX também. Em nota, a siderúrgica diz que ainda não recebeu a autuação do Ibama e que, por isso, não irá se manifestar. A MMX também diz que já recorreu da primeira autuação do órgão. Para a empresa, a propriedade da qual adquiriu o produto não estava localizada em uma terra indígena.
(Thiago Reis,
Folha de São Paulo, 19/02/2008)