Previsão inicial de investimentos da LT
Tucuruí-Macapá-Manaus é de R$ 3,7 bilhões e operação comercial está estimada
para 2011
A implementação de uma linha de transmissão interligando o
sistema isolado, em especial a região de Manaus e Macapá ao Sistema
Interligado, vai demandar o "desafio da engenharia" diante das
características do empreendimento e das condições geográficas da região pela
qual passará a linha de transmissão.
A
avaliação é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio
Tolmasquim, para quem, as soluções sugeridas pela EPE são as mais viáveis,
mesmo que impliquem em mais custos.
A
previsão inicial de investimentos é de R$ 3,7 bilhões, e a operação comercial
está estimada para 2011.
De acordo com ele, um dos principais aspectos da obra será a
necessidade de travessias de rios.
O
empreendimento, que totaliza
1.811 quilômetros de extensão e será licitado
em três lotes neste primeiro semestre, tem previsão de travessias de cinco
rios, dois incluídos no lote A e três no lote C. As maiores travessias (as que
estão no lote A) serão as do rio Amazonas, em dois pontos, com extensão de
2.045 metros e
1.600 metros, respectivamente.
Para esse caso, segundo Tolmasquim, a saída será a adoção de
torres mais elevadas, com altura de até
300 metros - torres
tradicionais possuem cerca de
50
metros de altura - comparáveis apenas com a Torre
Eiffel,
em Paris. De acordo com ele, em
outros países há a necessidade de travessias de rios, mas as torres estão
situadas em canyons, o que desobriga o uso de torres mais altas.
Outra saída seria a adoção de cabos
submarinos, mais caros.
Outra particularidade, comentou, está no solo em áreas de
várzea, o que obrigará ao empreendedor fazer fundações maiores devido à
inundação característica do local.
Esse
ponto, observou, também pode refletir na logística.
Para Tolmasquim, uma saída é o uso de
"pontes brancas", montadas para esse propósito.
Um trecho em particular pode demandar soluções aéreas,
explicou.
A linha passará por uma área
de floresta densa entre os rios Uatemã e Nhamundá, no Amazonas e, para evitar o
risco de desmatar o local, a saída logística poderá ser o uso de helicópteros.
Além disso, as torres terão que contar com
alturas superiores às das copas das árvores.
Tolmasquim disse ser cedo para avaliar se as soluções
particulares influenciarão nos lances que serão dados no leilão da linha, mas
destacou que a criatividade dos empreendedores fará a diferença no momento do
lance.
O executivo disse ainda que o
traçado foi desenvolvido de modo a atender a uma série de vilarejos e cidades
localizadas na margem esquerda do Rio Amazonas.
A obra deverá beneficiar 2,2 milhões de pessoas, segundo estimativas da
EPE.
Lotes
A linha terá sete trechos: Tucuruí - Xingu (PA, 264 quilômetros);
Xingu - Jurupari (PA/AM, 257 quilômetros); Laranjal - Macapá (AP, 244 quilômetros);
Jurupari - Laranjal (PA/AP, 95 quilômetros); Jurupari - Oriximiná (PA/AM, 370 quilômetros);
Itacoatiara - Cariri (AM, 211 quilômetros); e Oriximiná - Itacoatiara
(AM, 370 quilômetros). Além disso, a obra envolve sete subestações.
(Por Fábio Couto, Canal Energia, 15/02/2008)