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2008-02-18
Tombamento da embarcação prejudicou a venda dos comerciantes nas praias atingidas

A sujeira de óleo nas praias de São Francisco do Sul provocada pelo tombamento de uma embarcação a 18 quilômetros da costa não preocupa apenas os turistas que vieram aproveitar as férias na cidade. Com a divulgação na imprensa nacional do problema, muita gente optou em seguir para outros destinos e fez o lucro do comércio local despencar. Entre os que amargam prejuízo grave está Orilando Motta, dono de um restaurante e uma pousada na praia do Forte. “Desde que as notícias do derramamento de óleo começaram a ser divulgadas, o movimento aqui parou. Não tenho nenhum hóspede na pousada e o restaurante está vazio”, reclamou. Para Motta, a multa cobrada da Norsul, empresa responsável pelo barco que virou de cabeça para baixo, deveria ser revertida em indenização aos comerciantes. “Fomos os mais prejudicados.”

Prazo

Segundo a Fatma, o impacto maior já foi solucionado. A limpeza total deve durar, no máximo, mais um mês

Quem também sentiu no bolso os reflexos do problema foi o comerciante José Antônio da Silva. Ele vende coco e milho na praia de Enseada. “As vendas caíram 50%. O movimento aqui em fevereiro é sempre bom. Neste ano não. E olha que eu nem vi uma sujeira de óleo na Enseada. Nem na areia, nem na água”, disse.

Para conter o avanço do óleo nas praias mais atingidas, como Itaguaçu e Forte, uma barreira de 500 metros foi montada em volta da barcaça. Além disso, está sendo feita varrição nas praias. Até agora, apenas um ponto na praia de Itaguaçu foi considerado impróprio pela Fatma. “A situação melhorou bastante. Fizemos varrições e agora há poucos pontos de piche na areia”, disse Marlon Daniel da Silva, técnico da Fatma. Segundo ele, o maior impacto já passou e o processo de limpeza total deve durar, no máximo, mais um mês.

Mesmo com os vestígios de óleo em Itaguaçu, alguns banhistas ainda se arriscam no mar, como o surfista Ademir Dias. Ele aproveitava as ondas de sábado para praticar o esporte. “Quem gosta de surfe não vai parar por causa desse problema. Mas a água está suja mesmo. Tem bastante óleo, e o cheiro é insuportável”, reclamou.

O prefeito de São Francisco do Sul, Odilon Ferreira de Oliveira, se diz tranqüilo. Ele acredita que o assunto está sendo tratado com exagero, e não haverá interdição de praia. “Tudo está normal. Só de vez em quando a gente vê, como se diz, uma borracha boiando. Mas para mim é mais areia do que óleo”, minimizou.

(A Notícia, 18/02/2008)


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