A regulamentação proporcionada pelas bolsas de valores para créditos de carbono vem favorecendo as negociações nesse mercado, explicou o gerente de Produtos Ambientais e Metais da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), Guilherme Fagundes, na quinta-feira (14/02).
“Por meio da transparência e da credibilidade ofertadas, a bolsa surge como alternativa para esse mercado que está em expansão. Por meio dela, os créditos podem alcançar os valores mais justos de compra e venda”, afirmou Fagundes no comitê conjunto de Meio Ambiente e Comércio Exterior da AmchamCuritiba.
Com destaque mundial desde a assinatura do Protocolo de Quioto - que determina metas de redução nas emissões de carbono por parte dos países signatários - esses créditos geram boas oportunidades às empresas brasileiras, segundo o representante da BM&F.
Por ser considerado um país em desenvolvimento, ainda não há uma obrigatoriedade de o Brasil reduzir suas emissões. Entretanto, por meio dos Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) – uma das ações criadas pelo protocolo para a diminuição dos gases de efeito estufa - as empresas nacionais têm a chance de alcançar rentabilidade com projetos ambientais.
A idéia é que, proporcionalmente às toneladas de dióxido de carbono (CO2) que se deixa de emitir, sejam reconhecidos títulos de créditos de carbono. Esses créditos podem ser negociados com empresas internacionais que não cumpriram as metas estabelecidas pelo protocolo e que buscam se adequar ao exigido, esclareceu Fagundes.
Participação Brasileira
Guilherme Fagundes apresentou também dados referentes à participação brasileira nesse mercado. O País é o terceiro em número de projetos aprovados no âmbito do MDL, com 264 (9% do total), atrás da China (33%) e da Índia (28%).
Os setores brasileiros que mais possuem projetos de redução, segundo informações do Ministério de Ciência e Tecnologia, são: Geração Elétrica, com 62%, Suinocultura, com 15% e, Aterros Sanitários, com 11%.
(Luiz Felipe Marques,
AMACHAM Brasil, 15/02/2008)