Estudo publicado na revista Science indica que não há mais uma gota de água nos oceanos que não tenha sido afetada de alguma forma pela ação do homem. Quase metade da superfície oceânica (41%) está sob forte pressão de atividades humanas, como pesca e poluição. Só 4% permanecem relativamente livres de impacto, principalmente no Ártico e na Antártida, onde o homem tem dificuldade para chegar.
Segundo os cientistas, trata-se do maior e mais completo levantamento já feito sobre o impacto do homem nos oceanos. Os resultados foram apresentados ontem no primeiro dia da conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS) em Boston, Massachusetts. A equipe mapeou o efeito combinado de 17 grandes atividades impactantes sobre 20 tipos de ecossistema marinho. Os efeitos mais severos na água têm relação com o aquecimento global: aumento de temperatura e da incidência de radiação ultravioleta e acidificação.
Os pontos mais críticos ocorrem onde esses fatores globais se sobrepõem a pressões mais localizadas, como poluição e pesca. Segundo os cientistas, 2,2 milhões de km2 de oceano (uma área do tamanho do Amazonas e da Bahia) já foram severamente impactados. São as áreas que incluem parte da costa Sudeste do Brasil, o Mar do Norte e o Mar da China, onde há forte concentração de navios e atividade industrial. Já a foz do Rio Amazonas aparece como um santuário no Norte do País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
(
Agencia Estado, 15/02/20008)