A paralisação na usina nuclear de Angra 1, iniciada à zero hora de sábado (16/02) – e que durará dois meses – não afetará o abastecimento de energia elétrica no Estado do Rio de Janeiro. Outras usinas suprirão a demanda energética, informou o superintendente adjunto de Angra 1, Olívio Napolitano.
Ao longo dos 60 dias em que Angra 1 ficará fora de operação, estão previstos reparos que só podem ser feitos com a usina parada e reabastecimento de parte do combustível. Também serão realizados os preparativos para a substituição de dois geradores de vapor, programada para setembro.
Segundo Napolitano, este tipo de paralisação é realizado pelo menos uma vez por ano e está previsto no plano estratégico da usina. Ele informou que outras usinas suprirão os cerca de 520 megawatts que deixarão de ser gerados no período, o que garante que o abastecimento energético não seja afetado. O número representa de 15% a 20% da demanda fluminense.
Com relação à paralisação de setembro, quando a usina ficará mais quatro meses sem operar, o técnico informou que os geradores de vapor, assim como defendem alguns especialistas em energia nuclear, podem acabar se corrompendo.
“Existe uma história que diz que a liga com que os geradores de vapor foram construídos permite a ocorrência de corrosões. Algumas usinas que possuem esse mesmo projeto já trocaram esses geradores e outras pretendem trocá-lo até 2010. Angra 1 é uma das últimas que possui esse gerador em operação e foi feito um planejamento para que essa corrosão não ocorra no novo projeto”, afirmou.
Mais de 900 trabalhadores temporários de firmas nacionais e estrangeiras foram contratados e darão suporte aos técnicos da Eletronuclear, empresa que administra Angra 1, na realização das atividades planejadas até 15 de abril, quando a usina deverá voltar a operar.
(Por Pablo Kaschner, Agência Brasil, 16/02/2008)