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projeto orla do guaíba
2008-02-15
Para técnicos da Prefeitura de Porto Alegre a semelhança de condições geográficas entre Porto Alegre e Rio Janeiro está dando aos gaúchos a possibilidade de adotar o aterro do Flamengo como referência no projeto de revitalização da orla do Guaíba. De acordo com o arquiteto da Secretaria de Planejamento de Porto Alegre, Marcelo Allet, a instalação de empreendimentos no local é a principal forma de aumentar a convivência porto-alegrense com um dos seus principais cartões postais. “Hoje, nós temos um espaço físico desqualificado na orla e precariedade de condições, principalmente pela quantidade de lixo depositada na região”, analisa o especialista em Planejamento Urbano.

Coordenador do Grupo de Trabalho da Orla do Guaíba, Allet apresentou nesta última quarta-feira (13/02), durante a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento de Cidades, o “Relatório Orla”. Trata-se de um estudo aprofundado desenvolvido pela prefeitura da capital para analisar e apontar soluções para o local. O projeto tem origem no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA), que, em seu artigo 83, aponta a Orla como uma área de revitalização e que deve ser objeto de estudo e plano específico.

“Há hoje uma tendência de se usar modelos de revitalização de forma indiscriminada. Não queremos isso para Porto Alegre. Queremos tentar adequar e orientar o projeto para uma melhor sintonia possível da intervenção com a dinâmica ecológica pré-existente”, informou o especialista, acrescentando que, embora ainda não haja nenhum estudo de impacto ambiental na área, a idéia é intervir pouco no espaço natural constituído. “Não pensamos em aterrar ainda mais a Orla. O que poderá haver é uma retificação da margem, na tentativa de unificar os dois extremos da cidade”.

Os objetivos do projeto são "intensificar as conexões do tecido urbano com as águas do Guaíba, unificar as centralidades e qualificar a paisagem urbana do local, na medida em que se trata de uma área nobre da Capital".

Profissionais a crianças
O projeto municipal estenderá a discussão à sociedade. A idéia, segundo Allet, é começar a partir de março um processo formal de discussão pública desta questão com os cidadãos porto-alegrenses. “A intenção é conscientizar a sociedade em termos de ganhos urbanos que poderemos conseguir. Vamos lançar um concurso nacional de idéias para a Orla. A partir deste concurso vamos tentar deflagrar um processo de discussão pública sobre essa questão e a partir daí propor um plano estratégico para que ao longo do tempo se consiga, de fato, resgatar o uso do Guaíba”.

Um complexo de lazer e desporto aquático, com centro comercial e espaço para eventos temáticos, e uma estação hidroviária, que permita o transporte público fluvial entre bairros da Zona Sul e cidades ribeirinhas, estão entre os planos para o trecho entre a Usina do Gasômetro e a Ponta do Dionísio, na altura da rótula da Wenceslau Escobar com a Diário de Notícias. Tendo em vista a dimensão e os elevados custos que uma iniciativa dessa natureza produz, só será possível concretizar as obras com parceria da iniciativa privada, segundo o coordenador do projeto. Ele explica que o estudo não é um projeto final, mas aponta possibilidades e será complementado a partir de propostas feitas no Concurso Nacional de Idéias para a Orla do Guaíba. “A verdade é que essa área nunca teve vida. Há exatos 30 anos a falta de condições e utilização não gerou animação nenhuma. Por isso que eu procuro dizer que este é um projeto de vitalização. Queremos dar vida a uma área que nunca teve vida”.

Cidade afastada do Guaíba
De acordo com o arquiteto, Porto Alegre iniciou seu afastamento com o rio ainda na década de 20, quando tomou a decisão de construir um porto. Ele foi instalado na parte norte da cidade e isso provocou, de certa forma, o distanciamento da parte urbana com o rio. “Trata-se de uma área de uso restrito em que a população não tinha mais acesso direto. Inaugurou-se aí o nosso afastamento com o rio”, explica. Cerca de 20 anos depois, em 1941, houve uma grande enchente na cidade, que até hoje é lembrada por muitas pessoas. “Esse é outro fator que ajudou, e ainda ajuda, a nos manter afastados do rio”. A industrialização muito rápida do Brasil, que provocou uma mudança no eixo de transporte de carga – do fluvial para o rodoviário – tirou da cena urbana os barcos. Por fim, a poluição industrial da região, um fator comum de todas as cidades.

Não bastasse isso, Porto Alegre providenciou, na década de 70, um sistema de proteção contra enchentes. Trata-se de uma grande barreira física que começa na Av. Assis Brasil e se estende até quase toda a cidade consolidada. “Esse muro de concreto, de 3 metros de altura, independente de qualquer outra avaliação, se funciona ou não, também ajudou, e continua ajudando, a nos distanciar do rio, principalmente pela obstrução visual”, esclarece Allet. Isso fez com que a cidade, até pela dificuldade física de chegar até o rio, somada a outros fatores, fosse literalmente se voltando para dentro do território e esquecendo, de certa forma, a presença do rio.

O processo é revertido na década de 90. A usina do gasômetro, que é um edifício histórico de Porto Alegre – uma antiga usina termelétrica – foi restaurada e transformada em um prédio público. “A partir daí se verifica um processo de resgate desta relação. O uso da usina fez as pessoas se darem conta de que morar na beira da água e que essa relação pode ser muito proveitosa”. Com esse reconhecimento da sociedade o município, as políticas de planejamento e o plano diretor resolveram admitir essa questão e incorporar o assunto dentro das iniciativas de planejamento da cidade.

(Por Tatiana Feldens, Ambiente JÁ, 14/02/2008)


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