(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
chuvas e inundações peixes
2008-02-15

O fenômeno natural da decoada, como é chamado popularmente, deve começar a ocorrer em março se o nível do Rio Paraguai continuar subindo no ritmo dos últimos dias, de 2 cm a 4 cm ao dia. Ele provoca a deterioração da qualidade da água dos rios e, conseqüentemente, a mortandade de peixes no Pantanal. A informação é da pesquisadora Débora Calheiros, da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Segundo ela, a decoada ocorre todos os anos, mas a intensidade é variada, pois depende da forma como se comporta o rio Paraguai na seca e na cheia subseqüente. Ocorre com alta magnitude quando há uma seca pronunciada (como foi a de 2007) seguida de uma enchente mais rápida e também pronunciada.

"Temos uma decoada intensa quando o nível do rio Paraguai atinge 3,5 metros (pela régua de Ladário) no começo de fevereiro", explicou Débora. Como neste ano a enchente não está tão intensa, prevê-se que o fenômeno deva ocorrer de forma moderada. Nessa quarta-feira (13/02), o nível do rio estava em 2,80 metros.

A última decoada considerada de magnitude elevada ocorreu em 1995, quando o rio Paraguai teve a terceira maior cheia do século passado. De acordo com Débora, decoadas intensas podem provocar a mortandade de indivíduos de todas as espécies de peixes. Quando a intensidade é menor, algumas espécies apresentam adaptações que conferem maior resistência, como o pacu, por exemplo, que desenvolve um lábio mais grosso na parte inferior da boca para melhorar a eficiência na tomada de oxigênio na superfície durante a decoada.

O fenômeno

A decoada está diretamente relacionada ao regime de cheia e seca dos rios da planície pantaneira. Quando as águas recuam, a vegetação aquática morre e a terrestre, em especial gramíneas, se recompõe de forma rápida.

Durante a enchente subseqüente, segundo Débora, a água passa a cobrir a planície pantaneira deixando esta vegetação submersa. Toda essa matéria orgânica em contato com a água começa a se decompor e, conforme o nível de inundação aumenta, os produtos da decomposição são levados do campo inundado para os lagos (baías), córregos e rios.

Esse processo de decomposição realizado pelas bactérias é tão intenso que é capaz de consumir todo o oxigênio dissolvido na água, liberando o dióxido de carbono livre. O fenômeno dificulta a respiração dos peixes, que sobem à superfície para tentar absorver o oxigênio da interface ar-água ("boquear") e ficam mais expostos aos predadores ou acabam morrendo se não acharem uma área com água em melhores condições.
"Dependendo da intensidade e tempo de duração, o fenômeno pode matar toneladas de peixes", afirmou a pesqusadora.

Apesar disso, Débora explica que a decoada tem um papel ecologicamente importante para o funcionamento do Pantanal. Faz parte do ciclo de renovação da planície relacionado ao ciclo das águas e garante a entrada de nutrientes no sistema. Normalmente a decoada acontece no período de enchente, entre fevereiro e maio. Nesta época as altas temperaturas (média de 32 graus) no Pantanal aceleram o processo de decomposição.

Quando uma frente fria se aproxima, as temperaturas caem por alguns dias e o processo de decomposição desacelera, melhorando a qualidade da água. Em 1995, o Rio Paraguai chegou a ficar dois meses praticamente sem oxigênio em função da decoada.

É difícil prever exatamente onde a decoada vai ocorrer, mas Débora afirma que o fenômeno tende a acontecer a partir do Parque Nacional, na divisa com o Mato Grosso, na região conhecida como Três Bocas.
Normalmente atinge as áreas marginais, campos inundados e baías, em caso de cheias mais localizadas, mas pode atingir o canal principal dos rios, se a inundação for intensa. A Embrapa Pantanal vem acompanhando a decoada de forma sistemática desde 1994.

(Envolverde/Embrapa, 14/02/2008)

 


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -