Vasta programação marca os três anos do assassinato da missionária
As três anos da morte da missionária Dorothy Stang, assassinada no dia 12 de fevereiro de 2005 em Anapu, oeste do Pará, serão lembrados com um dia inteiro de programações em Anapu e em Belém, onde os acusados foram julgados e condenados. Os amigos e seguidores da missionária vão fazer um dia de orações, discussões e até festa para homenagear o trabalho da missionária.
Em Anapu a programação começa com missa às 9 da manhã, na Igreja de Santa Luzia. Em Belém a concentração para as homenagens inicia-se às 8 horas, em frente à sede do Tribunal de Justiça do Pará (TJE-PA), na Avenida Almirante Barroso. A expectativa das entidades de direitos humanos é reunir pelo menos 200 pessoas na porta do TJE. Os manifestantes pretendem chamar a atenção da Justiça sobre a impunidade.
Segundo Luiza Virgínia Moraes, uma das coordenadoras do Comitê Dorothy Stang, 'até hoje, um dos mandantes, o Regivaldo Galvão, está solto e ainda há um recurso no Supremo Tribunal Federal para que ele não seja julgado. Isso não é possível, queremos justiça', declarou, ao informar que o ato deste ano também pretende chamar atenção não só para a violência no campo, mas também para a violência contra mulher. 'O número de casos de violência contra mulher têm crescido demais no Pará', afirma Luiza.
Em Anapu, o padre Amaro, responsável pela programação, informou que a celebração será comandada por D. Erwin Krautler, que vai realizar a crisma de cerca de 20 pessoas. 'É uma data de grande significado. Nós fazemos a crisma no dia 12 de fevereiro porque na crisma a pessoa recebe o Dom do Espírito Santo e faz o compromisso da sabedoria, fortaleza, obediência. Nada melhor do que na data que a irmã Dorothy perdeu a vida pela nossa causa, as pessoas assumirem esse compromisso com Deus', declarou.
Depois da missa, a programação vai continuar com almoço comunitário no salão paroquial da Igreja. Estão sendo aguardadas mais 300 pessoas para o evento, e, para alimentar todos os que comparecerem, os movimentos sociais, a comunidade e a Igreja disponibilizaram carne de dois bois, três sacas de arroz e muitos quilos de macaxeira.
Após o almoço haverá um momento de conversa chamado 'Voz do Povo', quando as lideranças comunitárias vão lembrar o trabalho da irmã Dorothy, discutir os resultados e receber as denúncias do povo. Por volta das 16 horas haverá visita ao túmulo de Dorothy Stang. Lá, serão declamadas poesias, cânticos e orações. Às 18 horas haverá um jantar comunitário e logo depois começa a programação festiva, com um show do cantor cearense Zé Vicente, a partir das 20 horas, e em seguida o 'Forró da Dorothy', também no salão paroquial.
(O Liberal, 13/02/2008)