O governo federal tem usado dados superestimados do desmatamento como pano de fundo a uma política de criação de unidades de preservação, em Rondônia, com a finalidade de entregá-las para exploração aos grandes conglomerados, como explicitamente vem ocorrendo com a Floresta Nacional (Flona) do Jamari. A constatação é do deputado federal Ernandes Amorim (PTB), feita aos seus colegas, nesta quarta-feira (13/02), durante reunião da bancada federal em Brasília.
O argumento, foi usado por Amorim ao defender a unidade da bancada e todas as forças políticas de Rondônia, para rever essa situação que só contribui nesse momento, em sua visão, para marginalizar ainda mais o estado, e sua economia. Segundo ele, atualmente o perigo não é de internacionalização da Amazônia, mas sim das políticas internas e entreguistas de pseudo-ambientalistas encastelados no governo federal.
De acordo com o parlamentar, não há política pública ambiental nem à agropecuária como apregoada pelo governo federal sendo executadas em Rondônia, a não ser um conjunto de resoluções proibitivas, em vigor há décadas. O crédito está restrito, aliás o recurso do FNO ficou parado nos bancos oficiais, desde a novela da Medida Provisória 2080, que definiu os percentuais para maior de exploração, em detrimento de nossa lei estadual de zoneamento sócio econômico e ecológico, a primeira do Brasil; até hoje não foi feita a regularização fundiária, apesar de esforços concentrados nosso nesse sentido; não se pode inclusive trabalhar a vocação natural do estado conforme preceitua o zoneamento. Há tão-somente, uma indústria da multa e punição. Somos favoráveis ao desenvolvimento sustentável, a leis claras de exploração de nossos recursos, mas que dêem vez e respeito aos que moram e trabalham em Rondônia, reclama Amorim.
O deputado lembra ainda, que apesar de punir e restringir a atividade econômica no Estado, o governo federal, através do Ministério do Meio Ambiente e órgãos afins, como o Ibama, esquece de cumprir a sua parte: a recomposição de 1 milhão de hectares de área desmatada, mesmo tendo recebido para isso. Não podemos aceitar mais uma vez o papel de vilão nessa história. Queremos leis claras, definições no papel, e não rótulos de devastadores baseados em dados irreais e manipulados. O próprio presidente Lula teve que reconhecer, recentemente, que os dados em Rondônia foram superestimados. Mas o que tem sido feito Precisamos unir nossas forças com a de todo o povo novamente. Estão entregando a Flona do Jamari ao grandes grupos, mesmo com toda a comunidade envolvida contrária, conforme denunciado pela imprensa. Está parado a licitação, nesse momento, por erros técnicos e ações na Justiça. Não podemos nos calar. Os que fazem o governo sempre alegam que a terra tem que ser dividida para muitos para efeito de assentamento.
Ora, e porque o mesmo procedimento não pode ser adotado quando para explorar a floresta. O que eles têm feito é privilegiar os grandes, afirma Amorim.
(Rondonoticias, 13/02/2008)