Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tenham recomendado o aprofundamento dos estudos para se conhecer o impacto das sementes transgênicas para o campo brasileiro, a Comissão Nacional de Biossegurança (CNBS) acatou a decisão da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e liberou duas variedades de milho transgênico para uso comercial.
Dos onze ministérios que compõem a CNBS, apenas quatro votaram contra a liberação dos milhos transgênicos: o Ministério da Saúde, do Meio Ambiente, da Reforma e Desenvolvimento Agrário e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
As sementes liberadas pertencem uma à Bayer (Liberty Link) e outra à Monsanto (MON 810). Segundo a Anvisa, os processos de liberação comercial do milho MON 810 e Liberty Link possuem estudos inadequados e insuficientes para atestar a segurança alimentar e determinar os riscos à saúde pública que o uso dessas sementes poderá causar.
Além disso, o Ibama disse que o milho transgênico LL contaminará as variedades de milho crioulas, pois são sementes de polinização aberta, que só com o vento são contaminadas. O Ibama também disse que não foram realizados estudos nos ecossistemas brasileiros sobre os impactos ambientais gerais da introdução dessas sementes no campo do país.
Em carta enviada ao Ministro da Justiça, intelectuais e artistas brasileiros lembraram que os milhos transgênicos analisados "tiveram recentemente o consumo proibido em países da Europa, justamente porque a análise de risco apresentada pelas empresas foram insuficientes".
Manifestação
Os integrantes da Via Campesina estiveram ontem em frente ao Palácio do Planalto para protestar contra a liberação dos milhos transgênicos. O ato simbolizou a posição contrária à liberação do milho transgênico dos movimentos sociais camponeses e ONGs ambientalistas.
(Adital, 13/02/2008)