Enquanto o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou aumento do desmatamento na Amazônia no segundo semestre de 2007, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o setor madeireiro, historicamente ligado à devastação da floresta, teve recuo de 6,1% em sua produção no mesmo ano.
O levantamento do IBGE, no entanto, não considera a extração de madeira ilegal. "Só pesquisamos empresas legalizadas, regularizadas na Receita Federal. A extração de madeira ilegal não apuramos, não temos como pesquisar”, explicou o economista Fernando Abritta, da Coordenação de Indústria do Instituto, em entrevista à Agência Brasil.
O segmento de madeira, segundo o técnico, representa apenas 1,5% da produção agroindustrial brasileira. A maioria das empresas pesquisadas pelo IBGE está no Pará, em Santa catarina e no Paraná. O recuo de 6,1% em 2007 refere-se apenas à madeira serrada – o setor, integralmente, recuou 3,2% no período, se considerados produtos como portas, janelas, painéis, molduras e caixotes, explicou.
A pesquisa do IBGE aponta dois fatores que contribuíram para a menor produção das madeireiras: maior fiscalização de órgãos ambientais e valorização do real ante o dólar, o que “faz com que a receitas da exportação de madeira e derivados se torne menor”.
Entre as atividades apontadas por ambientalistas como principais responsáveis pelo desmatamento recente da Amazônia, a pecuária registrou, conforme o IBGE, crescimento de 2,8% nos seus setores agroindustriais e a soja, de 5,5% na produção de derivados. O índice alcançado pelo grão estaria relacionado à safra recorde, às cotações favoráveis no mercado internacional e à demanda interna.
“A soja, assim como o milho, é um componente importante na fabricação de rações para aves e suínos”, lembrou Abritta.
(Por Marco Antônio Soalheiro, Agência Brasil, 12/02/2008)