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terremotos
2008-02-13

O Brasil terá,  a partir de 2009, uma rede sismográfica que permitirá monitorar os tremores de terra em todo o país. Com  patrocínio da Petrobras, o Observatório Nacional (ON)  está iniciando o  projeto, que deverá terá as primeiras 11 estações funcionando  nas Regiões Sul e Sudeste. A informação foi dada pelo diretor do ON, Sérgio Luiz Fontes. O Observatório Nacional é um órgão vinculado ao Ministério da Ciência  e Tecnologia.

Fontes informou que o que retarda  um pouco o processo é a fabricação dos equipamentos, porque os sensores de alta precisão ainda não são feitos no país. A encomenda  está sendo feita neste mês e a expectativa é de que os equipamentos sejam entregues em um ano.

Nesse intervalo de tempo, o Observatório Nacional vai entrar em contato com os proprietários dos terrenos onde serão instalados os equipamentos. Algumas cidades já visitadas e que poderão sediar as estações são Linhares (ES), Cananéia (SP), Tubarão (SC), Vassouras e Angra dos Reis, ambas no estado do Rio de Janeiro.

Sérgio Luiz Fontes estimou que os investimentos da Petrobras no projeto deverão chegar a R$ 20 milhões. A perspectiva é  de que o projeto nacional esteja operando em três anos, envolvendo a implantação de cerca de 50 estações. Depois das Regiões Sul e Sudeste, será a vez de o Nordeste brasileiro se integrar à rede sismográfica. “A parte do Nordeste já foi aprovada pela Petrobras e deve ser iniciada em seguida”, disse Fontes.

Os dados serão todos concentrados no Observatório Nacional, mas a operação será compartilhada. No Nordeste, por exemplo, o centro de operação da rede será a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. No interior do país, será o Instituto Astronômico Geofísico da Universidade  de São Paulo (Iageusp). 

O diretor do ON ressaltou, porém, que a rede não será só sismográfica, mas terá outros sensores de grandezas físicas.  “Vai ter rastreadores ou  sistemas de posicionamento de  satélites de alta precisão que conseguem mapear quaisquer movimentos horizontais da Terra. Nós também vamos instalar em algumas estações gravímetros, que são equipamentos que medem a aceleração  da gravidade. Na verdade, vão ser verdadeiros observatórios geofísicos  monitorando até campos magnéticos, de tal forma que o Brasil vai ter uma rede    bastante densa de medidas que até hoje a gente não conseguiu fazer”.  Fontes definiu que, com a rede,  “a gente vai entrar no rol das nações desenvolvidas do ponto de vista  de estudos geofísicos”.

A idéia, acrescentou, é que os dados sejam recebidos via satélite, de forma a ter  “quase em  tempo real” uma medida da atividade sísmica. Eventualmente, poderão ser produzidos relatórios no caso de acontecer um sismo ou tremor de maior magnitude, acima de 4 pontos na escala Richter. Sérgio Luiz Fontes admitiu que das seis mil estações sismográficas existentes no mundo, apenas dez estão operando de forma regular, embora existam mais estações em funcionamento dedicadas ao monitoramento de barragens, “onde a pressão da água pode fazer induzir tremores naquela região”. Ele afiançou, contudo, que a rede projetada pelo Observatório Nacional será a primeira de caráter nacional, permanente, com medidas que permitam estudar todos os tipos de tremores que  ocorram no globo. “Aí sim, isso é novidade”.

Sérgio Fontes informou que os abalos sísmicos que ocorrem no Brasil, apesar de a maioria ser imperceptível, podem acarretar riscos para a integridade das estruturas das plataformas de petróleo. Ele assegurou, entretanto, que “as plataformas já estão instaladas desde o final da década de 70, início  de 80 e nunca houve nenhum problema sério de dano ambiental ocorrido  por conta de um tremor”.

Esclareceu, por outro lado, que  não está descartada  a possibilidade de que deslocamentos no assoalho  submarino sejam registrados devido a um tremor de intensidade não muito grande.  “Isso, eventualmente, provoca algum dano  numa instalação de petróleo. Isso não está descartado”, reiterou. A rede sismográfica vai permitir valorar melhor o risco que se corre, ao contrário do que sucede atualmente. Fontes avaliou que por conta dessa deficiência do conhecimento, a Petrobrás acaba pagando  mais na questão do seguro, “porque ela não tem como provar que o risco não é tão grande”.

Segundo frisou o diretor do Observatório Nacional, o Brasil não tem muito  terremoto de   grande intensidade. Isso não significa, entretanto, que o país está livre  de ter alguns terremotos de razoável intensidade. Ele lembrou que em 1955, em Mato Grosso, foi registrado um tremor de terra de 6,6 pontos de magnitude na escala Richter e outro no Espírito Santo de 6,3 pontos. Por isso, advertiu que “o Brasil não está livre de terremotos que, se ocorrerem em áreas de densidade populacional, poderão trazer problemas”.  Este ano, a destruição do  povoado de Caraíbas (MG) por um abalo sísmico que registrou 4,9 pontos na escala Richter  mostrou que a crença de que terremotos não ocorrem no país é frustrada.

Ainda não há conhecimento  acumulado para se conseguir fazer previsões de abalos no Brasil com muita precisão. O mesmo acontece no resto do mundo. A rede sismográfica nacional do Observatório Nacional poderá suprir essa lacuna, estimou Fontes. “Ela vai ajudar no aumento de conhecimento sobre a atividade sísmica em geral e sobre a sísmica em regiões de baixa intensidade como o Brasil. E  permitirá conhecer melhor a atividade no país e ter elementos para, no futuro, até  se fazer certas previsões”, concluiu.

(Por Alana Gandra, Agência Brasil, 12/02/2008)

 


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